Anais - 12º CBCENF
Resumo
Título:
CENTRO DE CONVIVÊNCIA COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM
Relatoria:
BELISA VIEIRA DA SILVEIRA
Autores:
- Amanda Nathale Soares
- Gabriela de Cássia Camargo Rolim de Britto
- Cínthia Verdolin Lopes
- Amanda Márcia dos Santos Reinaldo
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Integralidade do cuidado
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Em uma sociedade marcada pelo culto a estereótipos de normalidade, os indivíduos que se apresentam de forma distinta à esperada, pré-determinada, comumente são subjugados a uma realidade paralela de convívio interpessoal. Os portadores de transtorno mental enquadram-se, historicamente, em tal paradigma excludente, sendo, portanto, marginalizados do convívio social e rotulados como improdutivos e incapazes, havendo, então, um posicionamento paternalista frente aos mesmos, inclusive por profissionais de saúde(1). Com o intuito de reinserção dos portadores de transtorno psíquico na comunidade, reconquista do respeito social e de autonomização dos mesmos, as oficinas terapêuticas confrontam o comportamento protetor e benevolente mencionado, ao desenvolver, nos mesmos, a consciência de que existem possibilidades, capacidades e caminhos a serem percorridos. Trata-se de um relato de experiência, cujo objetivo consiste no relato da utilização da bioética nas oficinas terapêuticas realizadas por acadêmicas no Centro de Convivência Arthur Bispo do Rosário. Denota-se que, no decurso das oficinas, as acadêmicas estimulam a autonomia e co-reponsabilização dos portadores, ao inseri-los e torna-los autores do cuidado do próprio corpo, incentiva-los a defender os seus direitos, por meio de espaços de conversa, discussão e produção. Os usuários do serviço relatam uma maior valorização de suas opiniões e decisões, aumentando sua autoestima e autoconecito, o que os encoraja a argumentar acerca dos seus direitos, a se tornar mais presentes no que tange à sua própria vida. Conclui-se, portanto, que a bioética encontra-se intrínseca aos pressupostos da oficina terapêutica, ao proporcionar ao portador de transtorno mental, comumente desrespeitado e tutelado, a possibilidade de reaver-se como cidadão em meio à reconquista de seus laços sociais e afetivos.