Terapias antes consideradas não-científicas ou místicas, como a acupuntura e a fitoterapia, passaram nas últimas décadas a fazer parte do sistema de saúde, embora de maneira muito limitada e descontinua. Este trabalho tem por objetivo analisar este processo de incorporação de terapias alternativas pelo sistema de saúde no Brasil. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, de caráter exploratório, feita a partir da confrontação de dados de outras pesquisas e da análise das normas que regulamentam a prática destas terapias no sistema de saúde. O presente estudo é parte integrante de uma pesquisa mais ampla dos motivos pela busca por terapias alternativas. Pode-se observar que grande parte dos autores concorda que a partir da década de 80 do século XX, em decorrência do esgotamento do modelo médico-biologicista-privatista, com o aumento dos agravos de saúde da população e com o reconhecimento da eficácia de processos de cura e de tratamentos alternativos, gradativamente as terapias populares, ou alternativas, passam a ser incorporadas ao sistema de saúde. Inicialmente de maneira informal e irregular, as terapias, passam aos poucos a serem institucionalizadas e reconhecidas pelos órgãos públicos e pela sociedade em geral. Embora algumas portarias e diretrizes brasileiras prevejam o uso regular de terapias auxiliares e políticas públicas de incentivo destas práticas, estes procedimentos são pouco usados e aproveitados, pois sua ocorrência está restrita aos grandes centros urbanos e a população, muitas vezes, desconhece a existência de outras alternativas para o tratamento de suas enfermidades. Considerando que a procura tais terapias tem sido um episódio bastante recorrente/crescente na humanidade e ressaltando-se que essas terapias façam parte da sociedade em diferentes circunstâncias, é imprescindível sua adesão nos serviços de saúde, tendo em vista que são uma forma alternativa e de baixo custo para suprir as necessidades medicamentosas da população.