As estratégias assistenciais destinadas ao tratamento do transtorno mental constroem-se em consonância com as concepções paradigmáticas acerca da doença, em um processo de rupturas, reformulações e inovações, características da evolução histórico-política dos relevantes recortes temporais. No vigente cenário, concebido com a Reforma Psiquiátrica, as oficinas terapêuticas emergem como uma estratégia central utilizada nos diferentes serviços substitutivos ao hospital, recrudescendo-se como um meio essencial e profícuo de promoção da reabilitação psicossocial dos portadores de sofrimento mental. Trata-se de um estudo bibliográfico que apresenta, como objetivo, validar a utilização de oficinas terapêuticas como recurso para a reabilitação psicossocial de portadores de transtorno psíquico. Denota-se que a potencialidade das oficinas terapêuticas, como estratégia de promoção da reabilitação psicossocial, encontra-se em sua possibilidade de produção subjetiva capaz de transformar a relação, historicamente construída e propalada, entre a loucura e a sociedade, favorecendo a convivência e a comunicação com o outro, em um processo contínuo de exercício da cidadania e de (re)inserção social (1). As oficinas terapêuticas visam à (re)socialização, ao favorecimento da comunicação e interação entre os membros do grupo, e entre esses e o contexto circundante, à expressão de sentimentos e vivências, favorecendo, assim, o desenvolvimento de autonomia. Conclui-se, portanto, que o desenvolvimento de oficinas terapêuticas na assistência ao portador de sofrimento mental permite transpor a reducionista abordagem da condição psíquica, possibilitando, assim, uma atenção integral, considerando-os e fazendo-os percebê-los enquanto um sujeito bio-psico-social.