Os agrotóxicos são tipos de produtos químicos de natureza biológica, física ou química que têm a finalidade de exterminar pragas, ou doenças, que atacam as culturas agrícolas. As intoxicações causadas por agrotóxicos são cada vez mais freqüentes na vida de quem trabalha com esse tipo e produto. Dentre as características deste tipo de contaminação humana observa-se que os sinais de intoxicação são mais freqüentes entre os indivíduos com menor escolaridade. O presente estudo tem como objetivo analisar a relação causal do nível de escolaridade com a prevalência da intoxicação por agrotóxicos, tendo em vista a maior vulnerabilidade deste grupo social. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com coleta de dados realizada a partir de artigos científicos e livros especializados. Os resultados demonstraram que na Região do Sub-médio São Francisco, a qual é um dos pólos de hortifruticultura irrigada, os trabalhadores rurais da região têm em sua maioria baixo grau de escolaridade. Estes dados indicam que o fator “baixa escolaridade” atua decididamente na vulnerabilidade desta população, pela não compreensão da rotulagem das embalagens dos agrotóxicos, das implicações toxicológicas e ambientais dos produtos manuseados, e para a não percepção dos riscos à saúde, falta de cuidados e ausência do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Diferentes pesquisas desenvolvidas na região apontam esta baixa escolaridade das pessoas que trabalham na agricultura irrigada, fator ainda mais complicante diante da dificuldade de entendimento das informações técnicas, para aplicação dos agrotóxicos, presentes nas bulas dos produtos. Assim, o estudo revelou que na Região do Sub-médio São Francisco há necessidade de políticas públicas de saúde e de educação, programas de qualificação e atuação do poder público, junto a estas pessoas que apresentam riscos de saúde por estarem tão expostos aos agrotóxicos.