A prática do aleitamento materno sofreu a interferência de fatores diversificados ao longo dos séculos. Hoje, variáveis como nível sócio-econômico, trabalho materno e tipo de parto, são fatores associados à prática de desmame precoce e ao déficit de alimentação após nascimento do bebê. Dentre os inúmeros fatores que interferem no processo de amamentação, devemos destacar a divisão do trabalho pelo casal, retorno ao emprego por parte da mãe, a pandemia da Aids, as afecções da mama, problemas com o neonato, os mitos arraigados culturalmente por gerações (pouco leite, leite fraco), as implicações estéticas (flacidez e queda das mamas) e as influências externas de familiares, de amigos e de vizinhos. O presente estudo buscou identificar as principais intervenções sobre a prática do aleitamento materno mais freqüentes na UBS do Bairro José e Maria, em Petrolina-PE. Trata-se de uma pesquisa documental, exploratória e analítica, cujos dados foram coletados na própria unidade, através de entrevistas com mães com filhos de até seis meses. Após a análise das entrevistas, foram identificados diversos fatores relacionados às principais intervenções sofridas pelas mães durante, ou anteriormente, a prática do aleitamento materno. Dentre estes fatores destacaram-se a necessidade de trabalhar, a preocupação estética com as mamas e por achar que o leite produzido é fraco. Pudemos também observar que a maioria das intervenções visando estimular a prática do aleitamento materno não dão nos resultados, pois, muitas vezes, limitam-se a propagandas nos meios de comunicação de massa, relativização do uso do leite artificial e o culto ao corpo feminino. Neste sentido, surge à necessidade de iniciativas que privilegiem a rede de atenção primária, como um espaço onde a mulher possa ser vista na sua integralidade, configuram-se como estratégias eficientes para a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.