A imunossupressão induzida pelo HIV aumenta a suscetibilidade à infecção por HPV. O comportamento sexual de risco pode predispor à aquisição de ambas as infecções. Acredita-se que o estado de imunocompetência do hospedeiro possa ter algum papel na evolução das lesões cervicais. Objetivou-se avaliar a prevenção do câncer ginecológico (Exame Papanicolau) em portadoras de HIV/aids. Estudo exploratório com abordagem quantitativa realizado no Instituto de Prevenção do Câncer (IPC). Participaram 34 mulheres portadoras de HIV/aids que foram submetidas ao Papanicolau de outubro de 2006 a fevereiro de 2007. A idade mínima das participantes foi 17 e a máxima de 54 anos, sendo que 15(44,1%) eram casadas. A maioria 31(91,2%) procedente da capital, 19(55,8%) informavam baixo padrão de consumo, 21(61,8%) referiram atividade sexual, sendo que no último ano 32 (94,1%) tiveram de 1 a 3 parceiros. No que se refere à última prevenção do Câncer, 24(70,5%) delas não havia realizado a prevenção regularmente; 76,4% referiram ter um ou mais parentes de primeiro grau com diagnóstico de câncer. A presença de Doença Sexualmente Transmissível em algum período da vida foi referida por 15(44,1%) mulheres, sendo que o HPV foi relatado por 10(66,6%). Quanto ao Papanicolau, 9(26,5%) apresentavam lesões sugestivas de alterações celulares. Encontrou-se que o epitélio escamoso esteve presente em 14,7%, o escamoso glandular em 5,8%, e o epitélio escamoso associado ao glandular e metaplásico foi observado em 41,2% das amostras coletadas sendo que 2 mulheres tiveram Atipias Celulares e 2 Atipias em Células Escamosas. Ante a essa situação, o cuidado em saúde desenvolvido pela equipe de enfermagem é uma ferramenta para a promoção da saúde, especialmente na prevenção e orientação das mulheres mediante a busca de situações e maneiras das mesmas produzirem mudança de comportamento em busca de atendimentos voltados a melhoria da qualidade de vida, como a prevenção continuada do exame Papanicolau.