A comunicação é um importante instrumento de intervenção na área da saúde, através dela experimentamos o sentido de uma comunhão com aquele a quem nos dirigimos, porque com ele passamos a ter algo em comum. Objetivou-se conseguir uma comunicação profunda e identificar os principais entraves para essa comunicação com clientes portadores de transtornos mentais. Trata-se de uma experiência realizada no período de maio de 2008 com 10 clientes da comunidade do Dendê, participantes do grupo saúde mental do NAMI. Foi realizada uma dinâmica de grupo com clientes que possuíam entre 18 a 60 anos de idade. Utilizou-se como estratégia uma dinamização em que foram divididos dois grupos, um falaria que imagem tenho de mim mesmo enquanto o outro descreveria que imagem os demais tem de mim, como forma de avaliação utilizou-se um “feed-back” com as clientes sobre a importância da comunicação. Em sua maioria, eram depressivos, e dois tinham epilepsia. Quando questionadas sobre que imagem tenho de mim, percebeu-se uma dificuldade de expressão, e cinco relataram seus defeitos, somente uma pessoa se definiu como feliz. Em relação a imagem que as pessoas têm de mim, as clientes descreveram aspectos negativos, e uma visão de inveja que as pessoas têm de suas vidas. As clientes relataram que a dinâmica foi importante para elas perceberem como é fundamental a comunicação em todos os setores e lugares, e como é essencial elas se conhecerem para depois conhecer e julgar as pessoas. Podemos concluir que, no geral, foi mais difícil expressar a imagem que têm de si mesmo do que as imagens que as pessoas têm de você, pois na grande maioria, foi enfatizado o lado negativo e os defeitos de cada uma, evidenciando que a visão que os outros têm de você influência na sua auto-estima e no modo como você percebe a si próprio.