O ambiente de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é, caracteristicamente, especializado, voltado para o cuidado de clientes em estado de saúde grave e/ou de risco, o que poderá implicar em uma assistência de enfermagem direcionada para as queixas e intercorrências, negligenciando o cuidado holístico que abrange os aspectos bio-psico-sócio-espirituais, ou seja, que enxerga o paciente como ser único, indivisível, que constrói a sua identidade num contexto sócio-cultural que inclui família, trabalho, educação e lazer. Nesta ótica, a comunicação efetiva entre a enfermeira intensivista e o paciente irá interfirir significativamente na qualidade da assistência de enfermagem, uma vez que, estabelecida uma relação de troca e interdependência, será possível o cuidado no seu sentido mais amplo, e não apenas na sua dimensão biológica. Porém, é sabido que o progresso da tecnologia na área da saúde, além de ser algo constatável, tem repercutido no objeto da enfermagem - o cuidar - haja vista que suas ações têm se tornado mais complexas, exigindo estudo contínuo e uma consciência ética e legal da responsabilidade que envolve cada ação profissional. Não obstante, podem levar a práticas voltadas ao atendimento rotinizado e tecnicista, e assim gerar um distanciamento entre o cuidador e o ser cuidado. Este estudo teve como objetivo identificar como a comunicação entre o enfermeiro intensivista e o paciente interfere na qualidade da assistência de enfermagem, e foi aplicado em UTI de hospital privado da cidade de Salvador-BA. Realizado como pesquisa qualitativa, tendo por técnica entrevista semi-estruturada e por sujeitos, enfermeiros da UTI, e para a avaliação dos dados foi utilizada a análise temática por categorias. Os resultados evidenciaram que a comunicação efetiva entre a enfermeira e o paciente interfere de forma positiva na qualidade da assistência de enfermagem e foi ratificada a interdependência entre a qualidade do cuidado e o estabelecimento de uma comunicação eficaz.