Este relato tem por objetivo apresentar a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem durante as visitas domiciliares realizadas aos clientes com estomas no município de Alfenas - MG. Utilizamos a metodologia da educação problematizadora de Freire, que enfatiza que a vinculação entre educação e desenvolvimento só é compreensível se estiverem presentes na vida cotidiana, na relação do sujeito com o seu contexto social, cultural, econômico e seu mundo. Durante o desenvolvimento das atividades do Projeto de Extensão “VIVA BEM COM UM ESTOMA” realizamos visitas, com o intuito de conhecer o portador de estoma na sua realidade, na sua cultura, levantar suas necessidades físicas e seus problemas para o estabelecimento de um cuidado de enfermagem que busque a integralidade do cuidado ao ser humano visando à reabilitação e qualidade de vida. Observamos que os clientes apresentaram dúvidas frente ao uso correto da bolsa de ostomia, complicações, dieta, higienização, cuidados com a pele periestomal e retorno às atividades da vida diária. Notamos que a visita proporciona grande apoio ao cliente que, na maioria das vezes, não foi orientado anteriormente. Em contrapartida, enquanto acadêmicos de enfermagem, percebemos que a integralidade do cuidado humano deve ser o eixo norteador dos cursos de graduação em enfermagem. Prestar assistência ao ser humano de forma integral envolve conhecimentos científicos atualizados a respeito da patologia, do exame físico, do diagnóstico e do tratamento, entretanto, os aspectos relacionados à singularidade, à cultura do ser humano fragilizado pela enfermidade são muito mais complexos do que se possa imaginar. Diante da experiência da visita domiciliar ao cliente com estoma, concluímos que nos proporcionou valiosa troca de experiências e a visão da necessidade de buscar conhecimentos para o desenvolvimento de habilidades e competências que visam o cuidado na integralidade para garantir reabilitação e melhor qualidade de vida.