Tétano neonatal é uma doença que acomete recém-nascidos de dois a vinte oito dias de vida, independente do sexo, filhos de mães não imunizadas. A porta de entrada da contaminação pode ser durante o parto (por ocasião da secção do cordão umbilical com instrumentos inadequados e contaminados) ou após o parto (pelo uso de substâncias contaminadas no coto umbilical). As condições de anaerobiose (necrose do coto, corpo estranho, infecção secundária) fazem com que o bacilo do Clostridium tetani produza as toxinas e cause a sintomatologia da doença. O objetivo geral da pesquisa é estudar a epidemiologia do tétano neonatal no período de 1999 a 2007 em Sergipe. Nesta pesquisa realizou-se um estudo epidemiológico descritivo em série histórica, visando à determinação da prevalência desse agravo no Estado de Sergipe. A população utilizada abrangeu todos os casos notificados de tétano neonatal no Estado, registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2007. Foram analisados aspectos relacionados à criança, à mãe e ao ambiente. No período em questão houve dois casos, um proveniente de zona rural, e outro da zona urbana. Os dois casos tiveram em comum o baixo grau de escolaridade e a ausência de imunização da mãe. Enquanto o Caso I envolveu um parto realizado em hospital e teve uma sintomatologia mais severa, o Caso II, que ocorreu em domicílio, teve sintomas mais leves, mas ambos evoluíram a óbito. Observou-se uma redução significativa no número de casos notificados de Tétano Neonatal em Sergipe em relação ao período de 1990 a 1998, seguindo uma tendência nacional. Isso provavelmente se deve a uma intensificação à assistência ao pré-natal, parto e pós-parto, implementando uma educação em saúde para as mulheres em idade fértil. Pode-se observar também, e aspectos que podem ser melhorados na atenção à puérpera, em especial aquelas que têm menos acesso aos serviços de saúde.