Este estudo tem por objetivo analisar os reflexos da convivência com o esquizofrênico para a família. A esquizofrenia é uma das mais intrigantes e também estudadas condições psiquiátricas. Foi realizado um levantamento bibliográfico utilizando-se a base de dados do LILACS e do SCIELO. A família tem um lugar e uma função centrais na vida dos portadores de esquizofrenia, isso significa que é essa quem identifica inicialmente algum problema, busca o tratamento, que se torna responsável pela administração de medicamentos e articuladora do cotidiano de seu familiar doente. A presença de um membro com esquizofrenia na família está relacionada à sobrecarga em diversos aspectos da vida familiar e de seus membros. Os resultados apontam três principais tipos de sobrecarga impostos à família, na convivência com a doença mental: 1) sobrecarga financeira, 2) sobrecarga nas atividades diárias da família e 3) sobrecarga em forma de doença física ou emocional. As transformações vivenciadas na família são amplas e variadas, englobando desde fatores objetivos, tais como a queda no padrão financeiro, a diminuição do lazer e a necessidade permanente da presença de um cuidador, até fatores subjetivos, como a angústia pela necessidade de remodelar os planos para a própria vida, as alterações nas relações familiares e nos valores. Entre as alterações referidas, a queda do padrão socioeconômico da família foi a mais enfatizada. A necessidade de cuidar do paciente fez com que familiares cuidadores deixassem de cuidar de si mesmo. Um clima crítico, hostil e de alto envolvimento emocional pode afetar negativamente o curso da doença. Além disso, foi evidenciado a desinformação e o despreparo da família no lidar com a esquizofrenia. Conhecer as especificidades da sobrecarga e identificar as necessidades de cada familiar no momento em que chega ao serviço são pré-requisitos fundamentais para a integralidade do cuidado, subsidiando as ações de enfermagem e a serem desenvolvidas junto à clientela.