Este estudo objetiva analisar a prática profissional dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da Estratégia Saúde da Família da cidade de Montes Claros e identificar os fatores facilitadores e dificultadores do processo de trabalho. Caracteriza-se como estudo qualitativo tendo como técnica de coleta de dados a entrevista semi-estruturada cujos participantes foram 15 ACS. A análise dos dados foi orientada pelo Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). O estudo revelou cinco idéias centrais (IC’s) e seus respectivos DSC no aspecto que facilitam o desenvolvimento do papel de agente que compreendem a presença de atributos pessoais, atributos profissionais, atitudes da comunidade, acessibilidade geográfica e trabalho em equipe/interdisciplinar; e já nos fatores dificultadores foram destacados seis IC’s como a valorização das atividades curativas e da marcação de consulta em detrimento das atividades educativas, falta de acessibilidade geográfica e funcional, aspectos comunitários, falta de respaldo da equipe e falta de material educativo. Conclui-se, que os aspectos facilitadores nomeados pelos agentes confundem-se com ser agente e as qualidades necessárias para o processo relacionadas aos atributos pessoais de motivação intrínseca/amor, desejo de cuidar e a capacidade de interagir e conviver; no âmbito dos dificultadores destaca-se a compreensão do modelo assistencial centrado na doença com valorização de tecnologias duras em detrimento de tecnologias leves centradas nos atos humanos gerando desmotivação no fazer cotidiano. Ressalta-se a necessidade de divulgação do verdadeiro papel do agente na busca da inversão do modelo assistencial e a reconstrução das políticas de saúde centrada na esfera familiar e o agente como co-ator desse processo.