As feridas causadas por traumas graves resultam em lesões com extensa perda cutânea, podendo evoluir para amputação do membro, lacerações e perda de tecidos. As terapias adjuvantes quando indicada e utilizada de modo correto, podem acelerar o processo de cicatrização das lesões. objetivo: descrever a experiência de profissionais de enfermagem acerca do uso de coberturas no tratamento de feridas traumáticas. Método: estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado durante a residência multiprofissional de ortopedia e traumatologia, Santarém-Pará, no hospital de trauma do município. O hospital é porta de entrada do serviço de saúde, sendo o único a atender pacientes traumatizados. Resultado: As lesões de pele associadas às fraturas são as principais dificuldades do serviço para realizar o procedimento cirúrgico definitivo. Sendo necessário um longo período de internação, causando não só gastos ao serviço de saúde, mas também prejuízo social e econômico ao paciente. Durante a experiência, o hospital estava em processo de implementação do grupo de pele, ficando evidente a diferença entre o curativo apenas com soro fisiológico e os demais utilizando coberturas e/ou produtos especializados no tratamento de feridas. Entretanto, o processo de criação do grupo de pele enfrentou desafios para implementar um padrão de curativo. Sendo necessário a realização de cursos de capacitação sobre técnicas e coberturas para estimular a adesão por profissionais de enfermagem. Ademais, o hospital também enfrentou dificuldades para criar um material padrão de coberturas e produtos, dificultando as continuidades do tratamento. Durante a vivência, foi selecionado um paciente para realizar o acompanhamento do curativo, paciente lesão extensa em membro superior, exposição óssea, perda da musculatura, tecido de necrose de liquefação, infecção microbiana acentuada, conformação cavitária e solapamento de bordas. Após avaliação do grupo de pelo, foi criado um plano terapêutico com os produtos e coberturas que estimulam o processo de cicatrização. Após quatro semanas, a lesão evoluiu com depuração da infecção microbiana local, surgimento de tecido de granulação, redução de sinais flogísticos, além de proliferação celular com preenchimento cavitário e consequente diminuição das dimensões da ferida. Conclusão: a adesão de tecnologias no tratamento de feridas complexas estimula o processo de cicatrização, além de diminuir o tempo de internação hospitalar e prevenir agravo à saúde.