Introdução: A hesitação vacinal é um fenômeno comportamental influenciado por diversos fatores, entre eles a comunicação. Em um cenário de sobrecarga informacional, torna-se visível o processo da infodemia, caracterizado pela disseminação em massa de notícias, dificultando o acesso a informações confiáveis. Assim, partindo de uma análise comunicativa, o modo como o usuário adquire e consome conteúdo em saúde interfere diretamente na aceitação das vacinas. Objetivos: Levantar as principais informações sobre vacinação infantil acessadas por pais/responsáveis e suas fontes. Método: Estudo exploratório-descritivo de natureza qualitativa, ocorrido em cinco Unidades Saúde da Família (USF) de Rondonópolis/MT, com pais/responsáveis de crianças de até dois anos de idade. Os dados foram coletados por meio de Grupos Focais (GF) e analisados mediante a técnica de Análise de Conteúdo do tipo Temática. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer: 5.442.375). Resultados e discussão: Os serviços e os profissionais da saúde se destacaram pela transmissão de conhecimento prático e preciso aos pais/responsáveis, como os cuidados prestados à criança pré e pós-vacinação e as possíveis reações adversas. As mídias sociais, principalmente os sites de busca, as redes sociais e os noticiários, foram apontadas por seu papel no compartilhamento de informações primordialmente informativas, tais como dados de cobertura vacinal e os componentes de cada vacina. Em relação aos conteúdos dispostos por familiares ou conhecidos, a maioria dizia respeito a informações inválidas e sem comprovação científica, que serviam como fonte de medo e insegurança. A vacina contra o COVID-19, em especial, foi afetada intensamente pela propagação de notícias falsas e sofreu com muitas controvérsias, tais quais relatos de trombose e acidente vascular encefálico associado à vacinação. Considerações finais: Observa-se que as informações compartilhadas por serviços e profissionais da saúde exercem importante papel na aceitação vacinal, atuando na orientação dos pais/responsáveis quanto à vacinação infantil. Ainda assim, esses usuários se encontram bombardeados por notícias falsas em outros meios de comunicação, o que fomenta o comportamento hesitante. Desse modo, torna-se vital que fontes institucionais e representantes da saúde desempenhem o protagonismo esperado na formação de conhecimento em saúde dos usuários.