INTRODUÇÃO: Transtornos do cristalino, como catarata, subluxação e afacia, afetam a lente ocular. A catarata, comum em idosos, resulta do envelhecimento, exposição solar, traumas, diabetes, medicamentos ou pode ser congênita, com sintomas como sensibilidade à luz e visão turva. É responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo. No Nordeste, 19,68% das hospitalizações relacionadas ao cristalino, são por catarata. No Piauí, o "mutirão da catarata”, promovido pelo Governo do Estado, realizou 11.588 cirurgias no início de 2024, o que destaca a prevalência da doença. OBJETIVO: Descrever o perfil da morbidade hospitalar por catarata e outros transtornos do cristalino no Piauí no período de maio de 2014 a maio de 2024. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo ecológico em que foram consideradas todas as internações por catarata e outros transtornos do cristalino ocorridas entre residentes do Piauí, notificados no Sistema de Informação Hospitalares do SUS, no período de maio de 2014 a maio de 2024. Os dados foram obtidos no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, DATASUS, de domínio público. Para análise descritiva, empregou-se estatística univariada, a partir seguintes variáveis: sexo, faixa etária, cor/raça, caráter de atendimento e regime. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos dados analisados, foram registradas 1.186 internações por catarata e outros transtornos do cristalino. Entre os indivíduos a maior porcentagem se deu entre aqueles do sexo masculino (n=615; 51,85%), pardos (n=604; 50,92%), com faixa etária entre 60 a 69 anos (n=318; 26,81%), em regime público (n=419; 35,32%) e com caráter de atendimento eletivo (n=1143; 96,37%). Ao comparar as internações do primeiro e último anos estudado, destaca-se que houve redução de internações, no ano de 2014 (n=409) e em 2024, até maio (n=15). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que as maiores taxas ocorrem entre homens, pardos, com idade entre 60 a 69 anos, com caráter de atendimento eletivo e em sua maioria procuram atendimento na rede pública de saúde. Apesar da redução de casos, ressalta-se a necessidade de maiores investimentos na área de saúde ocular, principalmente na rede pública, que atende como supracitado uma alta demanda de pacientes. Além disso, é essencial a implementação de uma política de saúde efetivas, especialmente no tocante a ampliação do acesso a consultas especializadas em tempo oportuno para que haja a identificação precoce e redução de complicações evitáveis.