Introdução: O cuidado paliativo envolve ações que visam a prevenção e o alívio do sofrimento de pacientes com doenças que ameaçam a vida e de suas famílias. Crianças com doenças que ameaçam a vida, bem como seus familiares, podem experimentar diversos graus de sofrimento espiritual durante as fases da doença. Portanto, a enfermagem deve considerar a espiritualidade dos pacientes pediátricos e suas famílias na assistência em saúde, propiciando assim o enfrentamento da questão de finitude da vida. Objetivo: Descrever métodos de avaliação da espiritualidade e intervenções voltadas para o cuidado espiritual de enfermagem ao público infantil em cuidados paliativos. Métodos: Estudo teórico-reflexivo baseado na literatura relevante identificada por meio de buscas nas bases de dados PubMed/Medline, BVS e LILACS, utilizando os descritores child, spirit*, relig*, faith e palliative care, combinados com os booleanos AND e OR. Além disso, utilizou-se a experiência profissional das pesquisadoras que atuam na área de espiritualidade. Resultados: Deve-se usar meios que facilitem a abordagem da espiritualidade com crianças em cuidados paliativos e suas famílias, considerando a faixa etária, o estágio de desenvolvimento da criança e as suas limitações físicas ou cognitivas decorrentes do seu adoecimento. Deve-se ser dada importância aos comportamentos expressos pela criança como sorrisos e interação social. A observação da família, pessoas significativas e o ambiente que a criança está inserida, também revelam muitos aspectos da sua espiritualidade. O cuidado espiritual pode incluir a necessidade de significado, valor próprio, de se expressar, apoio à fé ou simplesmente ser um ouvinte sensível. Algumas intervenções envolvem comunicação terapêutica sobre o estado de saúde e sobre a morte, autocuidado, avaliar esperanças e sonhos, o papel da oração e do ritual religioso, permitir visitas do líder religioso, planejamento de cuidados de fim de vida, promover um cuidado holístico às crianças, envolvendo domínios de cuidado físico, psicológico e social. Conclusão: O cuidado espiritual para crianças em cuidados paliativos se torna indispensável para a assistência em saúde, pois favorece o enfrentamento da questão de finitude e traz melhoras ao cuidado à criança e sua família, exigindo sensibilidade e atuação ativa dos profissionais de enfermagem.