Introdução: A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, de caráter dermato-neurológico e sistêmica, causada pela Mycobacterium Leprae, que comumente atinge a pele e os nervos periféricos, podendo ocasionar deformidade e incapacidades físicas com relevante impacto social, emocional e psíquico e, consequentemente, prejuízo na qualidade de vida desses pacientes. Objetivo: Analisar a distribuição espaço-temporal dos casos de hanseníase no estado do Mato Grosso entre os anos de 2010 a 2019. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico de análise espaço-temporal, de natureza quantitativa, realizado utilizando dados secundários obtidos por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A pesquisa abrange notificações dos casos de Hanseníase no estado de Mato Grosso entre os anos de 2010 a 2019. As variáveis selecionadas para o estudo foram: casos notificados e por região, sexo, raça, classificação operacional e formas clínicas. Resultados: No período em análise, foram notificados ao SINAN no estado de Mato Grosso 40.241 casos de hanseníase. Destacando a região da Baixada Cuiabana com 7.828 casos, seguido por Teles Pires com 7.476 notificações. Relacionado ao sexo, a maior prevalência foi no sexo Masculino 21.481 (53,4%) e Feminino com 18.759 (46,6%). Segundo a classificação operacional, 33.078 (82%) foram classificados como multibacilares (MB) e 6.885 (17%) paucibacilares (PB). No que diz respeito às formas clínicas, dimorfa destacou-se com 26,028 (64,7%) notificações, seguido por indeterminada 4.162 (10,3%), virchowiana com 3.864 (9,7%) e tuberculóide com 3.541 (8,8%). Considerações finais: A hanseníase é um importante problema de saúde pública, com este estudo é possível identificar, que apesar das estratégias de prevenção da doença, esta segue com altos números no Estado de Mato Grosso, mantendo-se como um problema epidemiológico de ampla magnitude, uma vez que se trata de uma doença grave, e muitas vezes negligenciada.