INTRODUÇÃO: Segundo o Ministério da Saúde, a Hemorragia Pós-Parto (HPP) é definida como a perda sanguínea superior a 500mL após parto vaginal ou acima de 1.000 mL após a cesárea, em 24 horas, ou qualquer perda de sangue pelo trato genital que cause instabilidade hemodinâmica. No Brasil, tal agravo é a segunda causa de morte materna, nesse sentido é imprescindível reconhecer os obstáculos dos enfermeiros na prevenção e manejo da HPP. OBJETIVO: Analisar os desafios encontrados pela enfermagem obstétrica nos casos de HPP. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa, do tipo exploratória e sistemática nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e MEDLINE via PubMed. A busca ocorreu em agosto de 2024 a partir dos descritores: "Prevenção & controle", "Hemorragia Pós-Parto" e "Enfermagem Obstétrica", considerando o período de 2014 a 2024 e os idiomas inglês, português e espanhol. Como critérios de inclusão foram selecionados artigos relacionados com a temática e de exclusão os duplicados e que divergiam da proposta. Resultando em 7, nos quais 5 foram utilizados. RESULTADOS: O enfermeiro obstetra é essencial na assistência pós-parto ao realizar visitas regulares no leito, observar sinais de hemorragia, identificar desvios precoces e ao administrar uterotônicos. No entanto, apesar de protocolos específicos para HPP, há falta de liderança e demora na intervenção devido ao reconhecimento tardio da emergência e de condutas individualizadas, assim como a existência de lacunas na primeira hora pós-parto (período de Greenberg), devido a uma avaliação ineficaz do sangramento, levando a uma assistência fragmentada. Além disso, a inadequação dos cuidados prestados pelos profissionais a mulheres anêmicas, bem como a realização de partos fórceps e partos espontâneos com episiotomia, resulta em maior redução de hemoglobina e perda hemática, aumentando o risco de morte por HPP. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dessa forma, diante de uma complicação obstétrica é esperado que a mulher receba os cuidados apropriados para evitar desfechos negativos. A demora na assistência é multifatorial e reflete as deficiências do sistema de saúde, tais como déficit orçamentário, carência de suprimento e insumos, carência de pessoal, problemas de logística, baixa competência técnica dos profissionais, entre outros. Portanto, é preciso investir nessas falhas para melhorar a morbidade materna grave relacionada a HPP.