Introdução: A violência contra a mulher sofre influência das desigualdades de gênero. As diferentes formas de violência que acontecem no domicílio ou no processo de gestar e parir violam direitos e repercutem diretamente na saúde das mulheres. Objetivo: Relatar a experiência de capacitações realizadas com profissionais de saúde sobre a violência contra a mulher. Método: Relato de experiência de capacitações para profissionais de saúde de Unidades de Saúde da Família (USF) do município de Jequié (BA). As ações fazem parte do Projeto de Extensão “Atuação das Equipes Saúde da Família no Enfrentamento da Violência contra a Mulher” da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Participaram enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, dentistas e agentes comunitários de saúde. Os encontros tiveram duração média de quatro horas e foram realizados entre os meses de setembro de 2023 a maio de 2024. Ocorreram 18 encontros com 34 equipes de saúde no auditório da Secretaria Municipal de Saúde e da UESB. O dia e horário era agendado previamente, conforme a disponibilidade de cada equipe. A equipe executora era composta por docentes do curso de enfermagem, estudantes de graduação e pós-graduação de enfermagem e fisioterapia. Uma das atividades realizadas foi palestra sobre a violência doméstica e violência obstétrica, com auxílio de apresentação de PowerPoint. Resultados/discussão: As capacitações foram realizadas com intuito de familiarizar os profissionais de saúde das USF sobre os diferentes tipos de violência contra a mulher, para atuarem no enfrentamento dessa problemática. Foram explanadas as diferentes formas de violência doméstica e violência obstétrica, dados epidemiológicos, leis e decretos brasileiros voltados aos direitos da mulher e os serviços que compõem a rede de atendimento à mulher em situação de violência no município nos setores de saúde, assistência social, segurança pública, jurídica e organismos de políticas para as mulheres. Por vezes, o conhecimento prévio sobre violência contra a mulher, por parte de profissionais de saúde é limitado e interfere diretamente na qualidade da assistência. A baixa capacitação profissional gera insegurança sobre a conduta a ser tomada. Considerações finais: Capacitações sobre violência contra a mulher para profissionais das USF são relevantes, tendo em vista que se trata de porta de entrada para serviços de saúde, o que pode favorecer para os devidos encaminhamentos e rompimento do ciclo da violência.