Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua como maus-tratos todas as formas de lesões (físicas ou psicológicas), exploração ou tratamento negligenciado que cause danos para a saúde da criança. Segundo o Anuário Brasileiro, 19 mil casos foram registrados por maus-tratos entre crianças e adolescentes, variando entre idade, raça e gênero. Frente a esta realidade, o enfermeiro deve assumir o papel de protagonista não só na identificação dos abusos infantis, como também na sensibilização em relação as denúncias e na prevenção desses maus-tratos. Para tal, é necessário que os profissionais recebam o preparo e desenvolvam habilidades para lidar com esses casos, a fim de evitar falhas nas intervenções a serem prestadas. Objetivo: Descrever o que há na literatura científica quanto a assistência de enfermagem nos casos de violência contra a criança. Método: Trata-se de um estudo de revisão de escopo realizado de acordo com as recomendações do Joanna Briggs Institute (JBI). Foram considerados elegíveis para a revisão os estudos disponíveis em texto completo, online, em português e inglês, publicados no período de até 10 anos e que abordassem, em seu título e/ou resumo, a assistência de enfermagem no contexto da violência contra a criança. A estratégia de busca de dados foi realizada nas plataformas Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed® utilizando os seguintes descritores: Pediatric Nursing AND Child Abuse AND Child. Resultados e discussões: Dos 976 artigos inicialmente identificados, 751 foram excluídos por período de publicação superior a mais de 10 anos. Restando 225 artigos para triagem, dos quais 154 foram eliminados por não atenderem aos objetivos da revisão. No total, 71 artigos foram avaliados, dos quais 41 foram considerados elegíveis e 26 removidos por serem duplicatas. Resultando em 15 artigos que atenderam aos critérios de inclusão por tratar especificamente o tema assistência de enfermagem nos casos de violência contra a criança. Considerações finais: Observou-se uma falta de orientação sobre como proceder com esses casos, muitas vezes sendo ignorado ou descartado. Portanto, é responsabilidade do enfermeiro intervir e notificar os casos suspeitos, requerer consultas mais atentas e críticas. Ademais, faz-se necessário a qualificação e educação continuada dos profissionais para obter um atendimento de qualidade e humanizado, proporcionando uma melhor qualidade de vida e desenvolvimento para essas pessoas vulneráveis.