Introdução: O Intestino Neurogênico (IN) é a interrupção do controle da eliminação intestinal, independente da presença de fezes no canal retal. Essa patologia afeta a qualidade de vida dos pacientes acometidos, principalmente as mulheres, pois a maioria das pessoas brasileiras com IN são homens. Por serem acometidas em menor número, há escassez de estudos sobre sua sexualidade, gerando um déficit na assistência de suas necessidades, na promoção da saúde e na prevenção de agravos. Consoante a isso, a disfunção sexual define-se por toda situação no qual o indivíduo não consiga concretizar uma relação sexual e/ou o ato esteja insatisfatório para si e/ou para o companheiro(a). Dessa forma, destaca-se que ocorrendo o comprometimento da saúde sexual, é facilitado o desenvolvimento de disfunção sexual. Objetivo: Analisar os resultados parciais sobre a percepção subjetiva da saúde sexual na mulher com intestino neurogênico. Método: Estudo quantitativo e transversal realizado em ambiente virtual, através da plataforma Google Forms. Foram incluídas 66 mulheres, adultas, brasileiras, com acesso a internet e com Intestino Neurogênico, utilizando o questiona?rio WHOQOL-Bref e o Quociente Sexual – Versão Feminina (QS-F). Resultados/ discussão: Foram coletados dados de 66 mulheres, com idade média de 42 anos, das quais 31,4% se consideram pardas/pretas, apresentando uma porcentagem significativa (34,3%) de nível superior incompleto. Essas mulheres tinham como causa principal do IN a lesão medular (96,8%) e pelo menos 65% referiram incontinência intestinal, enquanto 71,6% referiram sofrer com constipação. Quanto a frequência das relações sexuais, pelo menos 31,3% referiram não possuir vida sexual ativa após lesão medular, e aquelas que possuem, quando perguntadas sobre sentir dor durante a relação sexual, pelo menos 21% referiram sentir dor sempre. Esses dados evidenciam que o IN é um dos fatores determinantes para a disfunção sexual, visto que impacta diretamente na frequência e na qualidade das relações sexuais. Considerações finais: Dessa forma, percebe-se que o IN impacta diretamente na vida sexual das mulheres, uma vez que pode gerar impossibilidade e/ou desestimulo de participar das relações sexuais e pode resultar na disfunção sexual. Portanto, evidencia-se a importância e a necessidade de estudos relacionados ao tema, com foco na melhoria da qualidade da assistência para mulheres acometidas por IN com o intuito de prevenir o desenvolvimento da disfunção sexual.