Introdução: As enchentes afetam em torno de 102 milhões de pessoas. Ocorrem principalmente em países em desenvolvimento e com grandes centros urbanos, com tendência de aumento nas próximas décadas. Uma análise sobre os impactos das enchentes revela a amplitude dos efeitos que se manifestam em diversas áreas da vida social e ambiental, destacando as mudanças climáticas e o aquecimento global, interligado com fatores naturais e humanos, incluindo planejamento urbano e gestão ambiental. Objetivo: Relatar a experiência de uma acadêmica de enfermagem, atuando como estagiária em um abrigo na Região Metropolitana de Porto Alegre, durante a calamidade pública que afetou o estado do Rio Grande do Sul. Metodologia: estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência de uma graduanda de enfermagem, que atuou em um abrigo de pessoas que foram atingidas pela enchente histórica no Rio Grande do Sul, de um município da Região Metropolitana de Porto Alegre. A experiência foi realizada no âmbito da disciplina Estágio Supervisionado I do Centro Universitário Ritter dos Reis, durante o período de maio a junho de 2024. Resultados e Discussão: Durante este período crítico, a graduanda em enfermagem, junto com a equipe de enfermagem que estava no abrigo, realizou atendimentos e consultas de enfermagem para pessoas com transtornos mentais, cujos tratamentos foram interrompidos devido à perda de prescrições e medicamentos e fechamento de serviços de saúde mental. Os atendimentos incluíram uma anamnese completa, detalhando a história da situação atual. Percebeu-se que, em função da interrupção dos tratamentos, algumas pessoas começaram a apresentar sintomas de ansiedade e alterações relativas a sensopercepção e ao pensamento. A partir da analise do prontuário, conseguiu-se identificar medicações que eram usadas pelos usuários, além de ser possível articular o contato com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da região, para acompanhamento. Conclusão: Esse contato próximo e diário possibilitou promover o fortalecendo de vínculos e a construção de um relacionamento de confiança e transparência, essenciais para um processo de cuidado integrado e eficaz, neste momento de fragilidades da população.