INTRODUÇÃO: A injúria renal aguda (IRA) incide em mais de 50% dos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ocorre devido a múltiplos fatores de exposição ou susceptibilidade. A idade avançada está associada ao aumento do risco de IRA, concomitantemente com as comorbidades inerentes desta faixa etária, porém um ponto de corte da idade para o surgimento de IRA, ainda não estar claramente estabelecido. OBJETIVO: Predizer a idade que melhor correlaciona-se com o surgimento da IRA entre usuários de UTI’s e quais fatores de risco estão associados no segmento desta exposição. METODOLOGIA: Trata-se do banco de dados referente à 1.494 pacientes internos em 3 UTI’s da capital Rio Branco/AC, entre 2014 a 2016. O cálculo para delimitar a idade que se correlacionou com a IRA foi definida pela curva roc, utilizando-se da estatística closest.topleft, onde a escolha procedeu pelo ponto de junção da melhor estimativa de especificidade e sensibilidade. Após este recurso, foi categorizado a idade que sérvio tanto para averiguar a odds ratio bruta, como para a associação das variáveis doenças crônicas, hemoglobina e balanço hídrico, dentre os usuários de maior risco para desenvolverem a IRA. Para tanto, foram utilizados os testes estatísticos qui-quadrado e Mann-Whitney, no software R. RESULTADOS: Após os critérios de exclusão idade < 18 anos, doente renal crônica dialítico e tempo na UTI < 2 dias, resultou em 1.099 casos. A idade de 57 anos foi a que melhor previu a IRA neste contexto. A categoria definida de exposição foi >= 57 anos, que corresponde a 568 (52,1 %) dos casos. Pacientes a partir de 57 anos possuíram 2,1 (IC95% 1,6 – 2,7) mais chance de desenvolver IRA, do que aqueles com idade inferior a este limiar. Dentre o segmento de exposição, ter uma ou mais doenças crônicas e variações dos níveis de hemoglobina não apresentaram associação com a IRA. O balanço hídrico acima de 1.291 ml (IIQ 516 – 2232) esteve associado a IRA (p = 0,002). CONCLUSÃO: A idade que melhor predisse o desenvolvimento de IRA foi 57 anos. Os enfermeiros são essenciais no gerenciamento de pacientes em UTI, atuando na capacitação de sua equipe para identificar precocemente estes fatores que constituem riscos nefrológicos; como membro da comissão multiprofissional de elaboração de protocolos assistenciais, com foco na utilização eficiente de ferramentas de monitoramento; e assegurando que as melhores práticas sejam seguidas e adaptadas às necessidades individuais dos pacientes.