Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição caracterizada pela alteração das funções do neurodesenvolvimento, interferindo na capacidade de comunicação, interação social e comportamento da criança. No âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS), durante o acompanhamento do desenvolvimento infantil, o enfermeiro tem a oportunidade de identificar alterações que podem comprometer o desenvolvimento adequado da criança. Objetivo: Identificar na literatura nacional e internacional, evidências científicas sobre a identificação precoce de crianças com TEA pelo enfermeiro no âmbito da APS. Método: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura, tendo a questão norteadora fundamentada na estratégia PICO. As buscas foram realizadas nas bases de dados: PubMed, Scopus, Web of Science, Cochrane e Lilacs, por meio dos descritores e seus termos alternativos: “children”, “primary health care”, “nursing”, “autism”, combinados com os operadores booleanos AND/OR. Os critérios de inclusão foram artigos primários, disponíveis na íntegra, nas línguas portuguesa e inglesa, no recorte temporal de 2013 a 2023. Obteve-se um total de 217 artigos, hospedando-os na plataforma Rayyan. Foram excluídos artigos duplicados, com mais de 10 anos de publicação e os que não responderam ao objetivo do estudo. A amostra final foi composta por 07 artigos. Resultados: Os estudos selecionados evidenciaram que os enfermeiros na APS são fundamentais na identificação precoce de sinais do TEA durante as consultas de puericultura, pois observam o comportamento da criança, avaliam o seu desenvolvimento e encaminham para a equipe multiprofissional, outrossim, fortalecem e preparam as famílias para uma maior participação na saúde dos filhos. Foi evidenciado, ainda, que os enfermeiros possuem dificuldades em identificar precocemente os sinais e sintomas do TEA infantil. Considerações finais: Nesta Revisão Integrativa da literatura, as evidências científicas abordadas apontam que, apesar do importante papel do enfermeiro que atua na APS em identificar precocemente o TEA infantil, há um conhecimento insuficiente por parte destes profissionais, possivelmente devido à ausência de treinamentos específicos. Sendo, assim, essencial investir em cursos de capacitação sobre o tema, para aprimorar o conhecimento desses profissionais e sua capacidade de identificar precocemente sinais do TEA em crianças.