No Brasil, mesmo com os avanços tecnológicos, a mortalidade nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) ainda é fortemente influenciada por fatores tanto modificáveis quanto não modificáveis, relacionados ao perfil clínico (tempo de internação, comorbidades, uso de ventilação mecânica invasiva (VMI e sedação) e sociodemográfico (idade e nível de educação) dos pacientes. Esses fatores contribuem para o desenvolvimento da Síndrome Pós-Cuidados Intensivos (SPCI), caracterizada por disfunções físicas, cognitivas e/ou psicológicas. Este estudo teve como objetivo identificar e descrever o perfil sociodemográfico e clínico de indivíduos com SPCI em uma capital do Nordeste brasileiro. Utilizou-se um estudo descritivo, transversal e quantitativo, com coleta de dados entre janeiro e junho de 2023 em dois hospitais referência no Estado do Rio Grande do Norte. A amostra final foi composta por 131 indivíduos, majoritariamente homens, com idade igual ou superior a 50 anos, ensino médio completo e aposentados. O estudo confirmou que fatores de risco não modificáveis (idade, sexo) e modificáveis (tempo de internação, condições socioeconômicas) influenciam o desenvolvimento da SPCI. Os achados reforçam a literatura existente e sugerem a necessidade de investigações adicionais em outras regiões do Brasil.