INTRODUÇÃO: A hemorragia pós-parto (HPP) é a perda de sangue de 500ml em partos vaginais e 1000ml em partos cesarianos. A ocitocina intramuscular é a principal forma de prevenção da HPP no pós-parto imediato. Contudo, a ocitocina sintética utilizada durante o trabalho de parto de forma irracional sem uma necessidade torna-se um fator de risco para HPP. OBJETIVO: Identificar a relação incidência do uso de ocitocina e a ocorrência de hemorragia pós-parto. MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal do tipo descritivo, exploratório com abordagem quantitativa. A população do estudo foi composta por 85 mulheres atendidas na sala de parto da maternidade de uma instituição filantrópica no Recife. Foram incluídas as mulheres que apresentaram HPP na sala de parto, nas quais a assistência ao parto foi realizada dentro da instituição. Essa pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira e aceita sob o CAAE: 70324523.4.0000.520. DISCUSSÃO: A respeito das 85 mulheres que participaram do estudo, foi constatado que a maioria delas que tiveram HPP sucederam pelo processo de parto induzido, uma vez que 61,17% das pacientes passaram pela indução do parto e 64,70% fizeram uso de uterotônicos para acelerar o processo de parto, podendo assim destacar ambos como agravadores da HPP. A ocitocina endovenosa é um fármaco de extrema importância durante a assistência ao trabalho de parto, porém deve ser utilizada de forma racional, visto que torna-se um medicamento potencialmente perigoso, podendo causar contrações uterinas excessivas que levam à compressão frequente das arteríolas uterinas, diminuindo a perfusão placentária. Ademais, em relação a saúde materna a droga pode provocar dessensibilização de seus receptores de ocitocina, mecanismo que pode ser associado à redução da sensibilidade miometrial, favorecendo a hemorragia por atonia uterina. CONCLUSÃO: Após analisar as evidências apresentadas, é possível concluir que a droga mais utilizada no tratamento da HPP é a ocitocina, ressaltando que mulheres que fazem o uso da ocitocina no intraparto precisam estar preparadas, e analisada outros fatores de risco para desenvolver HPP, pois o uso prévio do fármaco pode comprometer o efeito para o tratamento da HPP, ou seja, os profissionais devem fazer o uso racional da ocitocina sintética no trabalho de parto, bem como, visualizar essa mulher o potencial risco para quadros de sangramento.