Objetivo: Relatar e identificar os desafios na comunicação dentro do contexto enfermagem-gestante, e propor estratégias para aprimorar a qualidade da comunicação prestada por profissionais de enfermagem através de um letramento em saúde mais eficaz e humanizado, considerando fatores sociais, culturais e psicoemocionais dentro da realidade da enfermagem obstétrica na região norte do país, sobretudo na Amazônia. Métodos: Estudo observacional, do tipo relato de experiência, realizado em uma maternidade pública na Amazônia Ocidental. Durante um mês, foram observados os enfermeiros escalados no setor de acolhimento e classificação de risco. O estudo focou nas práticas e abordagens comunicativas realizados pelos enfermeiros plantonistas, concomitantemente às interações entre enfermeiro-gestante. Resultados: Notou-se deficiências significativas na abordagem comunicativa da equipe de enfermagem, que frequentemente priorizavam os aspectos fisiológicos das doenças em detrimento das preocupações emocionais e sociais das pacientes. As gestantes frequentemente chegavam com dúvidas e ansiedades que não eram adequadamente abordadas, o que impactava negativamente sua adesão ao tratamento e bem-estar. A falta de capacitação contínua e a ausência de um enfoque teórico e prático mais integrado por parte dos profissionais foram identificadas como fatores contribuintes para essas lacunas, como também a baixa escolaridade das pacientes atendidas. Considerações Finais: Revelou-se que a formação e prática atuais na enfermagem obstétrica negligenciam as dimensões emocionais, psicossociais e culturais do cuidado. Foi observada uma abordagem mecanicista na interação enfermagem-gestante, com foco excessivo nos aspectos fisiológicos. A raiz pode ser apontada como estrutural ao passo que envolve as mazelas da desigualdade social, revelado na baixa escolaridade das pacientes, simultaneamente o problema encontra-se também na formação acadêmica e na falta de capacitação contínua dos profissionais. É essencial reformular a formação dos enfermeiros, integrando programas de educação continuada que abranjam habilidades de comunicação empática e estratégias para lidar com as necessidades psicossociais dos pacientes. Este estudo destaca a importância da comunicação holística na melhoria dos desfechos clínicos e satisfação das pacientes, sublinhando a necessidade de um enfoque integrado e humanizado no cuidado obstétrico.