Introdução: A pandemia de COVID-19 acarretou mudanças profundas ao cotidiano e impactou fortemente os profissionais de saúde, que já enfrentavam desafios de saúde mental devido às condições de trabalho. Esse cenário agravou-se com a necessidade de adaptar o atendimento, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS). Diante desse cenário desafiador, a drogadição ganha relevância, com o uso de substâncias psicoativas (SPAs) emergindo como uma forma de lidar com as tensões e exaustão geradas pela pandemia. Objetivo: Este estudo buscou sistematizar os achados de uma revisão integrativa da literatura para compreender a relação do uso de SPAs como estratégia de enfrentamento dos profissionais da saúde, atuantes, na atenção à saúde durante a COVID-19 no Brasil. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da Literatura. A busca dos estudos foi realizada nas plataformas Portal BVS e LILACS no período de 2020 até maio de 2022. Foi sistematizada a distribuição dos artigos segundo local do estudo, delineamento, nível de evidência, fatores estressores e protetores da saúde mental dos trabalhadores da APS, desafios no processo de trabalho durante a pandemia e estratégias de cuidado adotadas frente às repercussões na saúde mental dos profissionais. Resultados: Dos 243 registros encontrados, apenas 12 estudos foram selecionados. Identificaram-se fatores estressores e protetores para o uso de drogas e a saúde mental dos profissionais da APS. Os desafios da pandemia incluíram fé, apoio governamental, isolamento e conscientização, com estratégias de cuidado focadas na fé, resolução de conflitos e autocuidado. Conclusão: É imperativo investir em pesquisas voltadas para o enfrentamento de pandemias na APS, bem como promover a capacitação para o desenvolvimento de habilidades de gestão do estresse e melhorar as condições de trabalho. Com base na experiência adquirida durante a pandemia, é necessário que o Sistema Único de Saúde, esteja adequadamente preparado para enfrentar futuras crises sanitárias, garantindo a integridade da saúde dos trabalhadores, especialmente daqueles que atuam na linha de frente. Nesse contexto, é fundamental o apoio governamental através de políticas públicas que promovam e mantenham a saúde física e mental dos profissionais de saúde, prevenindo a drogadição.