A obesidade infantil constitui um desafio significativo em saúde pública globalmente. No Brasil, esta condição é uma séria questão de saúde, acarretando riscos graves como problemas respiratórios, cardiovasculares e musculoesqueléticos a curto e longo prazo. A Enfermagem desempenha um papel crucial na promoção da saúde e na prevenção da obesidade infantil, atuando como educadora em saúde e orientadora dos responsáveis sobre hábitos saudáveis. Este estudo teve como objetivo principal identificar os desafios enfrentados pelas enfermeiras na Atenção Primária à Saúde no controle da obesidade infantil. Além disso, buscou-se descrever as ações realizadas por enfermeiros para prevenir e controlar esta condição, verificar a existência de protocolos específicos, e analisar as práticas de educação em saúde adotadas pelos enfermeiros junto aos responsáveis por crianças com sobrepeso. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, conduzida entre novembro de 2023 e abril de 2024, envolvendo entrevistas semiestruturadas com sete enfermeiras da Atenção Primária à Saúde. A análise dos dados seguiu a técnica de Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin, encerrando-se quando as informações obtidas atingiram a saturação, indicando a conclusão da coleta de dados. Os resultados destacam diversos desafios enfrentados pelas enfermeiras na Atenção Básica, como a falta de tempo para consultas detalhadas, a necessidade de capacitação específica em nutrição e saúde infantil, e a dificuldade em envolver efetivamente os responsáveis das crianças obesas. As ações realizadas pelas enfermeiras incluem orientações sobre alimentação saudável, estímulo à prática de atividade física e monitoramento do desenvolvimento infantil. A análise revelou que, embora haja iniciativas isoladas, a implementação de protocolos padronizados para o manejo da obesidade infantil ainda é inconsistente. A pesquisa enfatiza o papel crucial das enfermeiras na Atenção Básica como agentes fundamentais na promoção da saúde e na prevenção da obesidade infantil. Além disso, evidencia a necessidade de protocolos mais estruturados e ações educativas mais eficazes como áreas de melhoria na abordagem desta condição crítica de saúde pública.