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Anais - 26º CBCENF

Resumo

Título:
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS NOTIFICADOS DE VIOLÊNCIA SEXUAL NO ESTADO DE SERGIPE
Relatoria:
Maria Idelcacia Nunes Oliveira
Autores:
  • Thais Catharine Silva Barreto
  • Geovanna Barros Silva
  • Kelly Cristina Resende Rocha
  • Marilia Beatriz Toledo Lima
  • João Vitor de Jesus Andrade
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Eixo 1: Assistência, gestão, ensino e pesquisa em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A violência sexual caracteriza-se como um problema de saúde pública mundial, enquanto qualquer ato, tentativa ou comentário de conotação sexual não consentida. Diante disso, os profissionais de enfermagem, os quais são a linha de frente no atendimento às vítimas, devem compreender o perfil desses crimes para aperfeiçoar o acolhimento e assistência qualificada. Ressalta-se que, os casos de violência sexual precisam ser acompanhados pela Rede de Atenção à Saúde com sigilo garantido, sendo também de grande importância a contribuição da equipe multiprofissional, sobretudo na notificação. Objetivo: Descrever os aspectos sociodemográficos dos casos de violência sexual em Sergipe no período de 2020 a 2022. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS). As variáveis analisadas foram: sexo, raça, faixa etária e escolaridade da vítima, tipo de violência sexual, local de ocorrência, relação da vítima com o provável autor e repetição da violência. Resultados: Entre 2020 à 2022 foram notificados 1068 casos de violência sexual, dos quais 89% foram estupro e 11% assédio sexual. Destaca-se que 34% das vítimas alegaram não ser a primeira vez que foram violentadas e que 56% dos casos ocorreram na própria residência. Entre as características analisadas, obteve-se maior prevalência de casos no sexo feminino (90,6%) e na raça parda que representa 72% das notificações, seguida dos brancos com 13,2%. Quanto à faixa etária, prevaleceu a fase de 10 a 14 anos (31%), dados esses condizentes com a escolaridade das vítimas, os quais cursam predominantemente entre a 5ª e a 8ª série do ensino fundamental (20,5%). Acerca da relação da vítima com o provável autor predominaram os casos cometidos por amigos/conhecidos (22,5%) seguido de desconhecidos (14%), pais (9,4%) e padrastos (8,7%). Com base nos resultados observa-se que as mulheres pardas são as principais vítimas de violência, a qual é cometida, majoritariamente, durante a adolescência e dentro da própria residência por pessoas conhecidas ou com quem possuem algum vínculo e/ou parentesco. Conclusão: Nesse ínterim, faz-se necessária a atenção do profissional de enfermagem quanto aos aspectos e fatores de risco que vão direcionar a consulta e acolhimento às vítimas, bem como o fortalecimento de vínculos, seguimento intersetorial e em rede de atenção à saúde, de modo a garantir o sigilo e a proteção do indivíduo.