Introdução: Pessoas transgênero enfrentam barreiras significativas no acesso aos serviços de saúde na atenção primária (APS). A falta de implementação dos princípios constitucionais que garantem acesso igualitário resulta em obstáculos que impedem a busca por assistência de enfermagem adequada. Objetivo: Identificar as estratégias da assistência de enfermagem à população transgênero na APS. Método: Revisão integrativa da literatura realizada a partir da questão norteadora: “Quais estratégias de assistência de enfermagem na atenção básica são eficazes para melhorar o acesso e a qualidade do cuidado de saúde para a população transgênero?". A seleção de estudos foi realizada na Biblioteca Virtual de Saúde e Scientific Electronic Library Online, com estratégia de busca: "Pessoas Transgênero", “Atenção Primária à Saúde" e “Enfermagem", combinados pelo booleano “AND”. Foram incluídos estudos originais em português e inglês entre os anos de 2019 a 2023. Foram excluídos os estudos que não delimitavam claramente o cuidado de enfermagem na APS à pessoa transgênero. Resultados/Discussão: Foram encontrados 16 estudos, dos quais 6 foram selecionados. Desses, 5 discutiram os entraves das políticas públicas de acesso da pessoa transexual aos serviços da APS e os cuidados de enfermagem implementados, enquanto 1 abordou a assistência de saúde à população trans vivendo com infecção sexualmente transmissível. A exclusão das pessoas trans dos serviços de saúde é uma preocupação significativa, com falhas especialmente nas Unidades Básicas de Saúde, onde a oferta de serviços é inadequada ou insuficiente, aumentando a vulnerabilidade desse grupo. Estratégias eficazes incluem programas de capacitação e educação contínua para profissionais de saúde, especialmente a equipe de enfermagem, focados na compreensão das questões de gênero e na promoção de ambientes acolhedores e seguros. Considerações Finais: O papel do enfermeiro no acolhimento e acompanhamento diminui as barreiras de acesso aos serviços de saúde na APS para pessoas trans. É urgente promover debates sobre as práticas de cuidado para grupos vulneráveis, como pessoas transgênero, e agregar equipes interdisciplinares desde o acolhimento inicial até a autonomia dos pacientes, com comunicação clara e livre de discriminações.