INTRODUÇÃO: Em 2014, o Ministério da Saúde, estabeleceu a Portaria nº 94, de 14 de janeiro, que definiu o serviço de avaliação e acompanhamento das medidas terapêuticas aplicáveis à pessoa com transtorno mental em conflito com a Lei no âmbito do Sistema Único de Saúde. OBJETIVO: Mapear os principais desafios e perspectivas enfrentados na atenção à saúde mental de apenados em internação psiquiátrica no Brasil. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão de escopo realizada nas bases Lilacs, Medline e Web of Science em Junho de 2024. A pergunta norteadora foi “Quais os principais desafios na atenção à saúde mental de apenados em internação psiquiátrica no Brasil?”, baseada na estratégia PCC: Pessoas privadas de liberdade (P), Desafios e perspectivas na atenção à saúde mental (C) e Hospital psiquiátrico (C). A busca foi feita utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “prisioneiros”, “assistência à saúde mental” e “hospitais psiquiátricos”. Os critérios de inclusão foram artigos que respondessem a pergunta norteadora, publicados nos últimos 6 anos nos idiomas português e inglês. Os critérios de exclusão foram estudos que não correspondiam ao recorte de tempo e não relacionados ao tema. Foram encontrados um total 349 artigos e selecionados 9 resultados para compor a revisão. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os artigos apontaram como desafios na atenção ao público os impactos na qualidade da assistência, da estrutura física e da dinâmica das instituições no tratamento. Foi possível detectar ainda fragilidades na multiprofissionalidade na assistência baseada, principalmente, no tratamento farmacológico. O convívio familiar foi apontado como essencial ao processo terapêutico dos pacientes. Ademais, foram relevantes as práticas de promoção da saúde mental como instrumentos de avaliação da qualidade de vida dos pacientes, atividades ao ar livre, redução de práticas restritivas a determinados espaços e a contenção física. Foram verificadas dificuldades em promover a desinstitucionalização desses pacientes, além do debate acerca da extinção dos hospitais de custódia e necessidade da busca de medidas adequadas para realocação dos pacientes apenados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A assistência à saúde mental de pessoas em conflito com a lei requer mudanças, pois necessita de uma maior compreensão das especificidades desse público, de modo a construir um plano de cuidado que vise a multiprofissionalidade e uma assistência mais humanizada.