Introdução: A obesidade, considerada pela OMS como a maior epidemia de saúde pública global, consiste em um dos problemas mais graves enfrentados pela população atual. Trata-se de uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, prejudicando a saúde. Neste contexto, o estudo justifica-se pela necessidade de compreender potenciais desequilíbrios metabólicos que possam ocorrer precocemente nesses indivíduos, com o intuito de minimizar as consequências adversas para a saúde e mitigar o impacto das doenças crônicas não transmissíveis relacionadas ao excesso de peso. Objetivo: Investigar o risco cardiometabólico em crianças com excesso de peso. Método: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, que utilizou dados primários de um estudo maior intitulado “Efetividade de um protocolo de intervenções nutricionais para o manejo da obesidade infantil no âmbito da Atenção Primária à Saúde - APS”, realizado de março de 2021 a dezembro de 2024. Resultados/Discussão: O estudo observou uma predominância de crianças do sexo masculino (54,12%) e maior concentração na faixa etária de 8 a 10 anos (25,88%, 24,71% e 23,53%, respectivamente). A maioria dos alunos frequentava o 2º ano (30,59%). A maioria das crianças estava na categoria de obesidade (35,71%), seguida por sobrepeso (30,95%), com sobrepeso mais prevalente entre as meninas (61,54%). Entre as 84 crianças avaliadas, 88,1% apresentaram pressão arterial normal, 4,71% tiveram alteração no HDL-c, 11,76% apresentaram níveis elevados de LDL-c, e variações significativas foram encontradas nos níveis de colesterol total (27,06%) e triglicerídeos (40%). Apenas 4,71% das crianças apresentaram alterações na glicemia de jejum, e não houve alterações nos níveis de HbA1C. Quanto à variável "perfil cardiometabólico", 24,71% das crianças apresentavam pelo menos uma alteração nos marcadores analisados. Considerações finais: Compreender as causas e o contexto do excesso de peso no Brasil é essencial para combater fatores de risco como doenças cardiometabólicas. A pesquisa mostra que a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças de 5 a 11 anos é um problema de saúde pública crescente. É crucial desenvolver estratégias que considerem aspectos clínicos, sociais, culturais e comportamentais, além de políticas públicas integradas e acompanhamento adequado na atenção primária, especialmente para crianças com excesso de peso, devido às suas implicações para a saúde a curto e longo prazo.