INTRODUÇÃO: Historicamente, mulheres negras enfrentam condições de saúde agravadas por relações sociais desiguais, que resultam em acesso limitado aos serviços de saúde e são ainda mais exacerbadas por barreiras relacionadas a gênero e raça. Diante deste cenário, a equipe de enfermagem deve desempenhar um papel crucial na assistência a esse grupo, direcionando os cuidados de forma a promover ações que facilitem o acesso igualitário ao sistema de saúde, sem preconceitos e atendendo às necessidades específicas de cada mulher. OBJETIVO: Analisar o que versa a literatura a respeito dos principais desafios enfrentados pela equipe de enfermagem na assistência à saúde da mulher negra. MÉTODO: Trata-se de um estudo de revisão narrativa da literatura, utilizando artigos das bases de dados PubMed, SciELO e BVS. Os critérios de inclusão foram artigos publicados e disponíveis na íntegra, nos idiomas português e inglês, e os critérios de exclusão foram artigos que não atendessem ao objetivo do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados da pesquisa revelam que a equipe de enfermagem enfrenta desafios significativos na assistência à saúde da mulher negra, como o despreparo profissional, a falta de conhecimento sobre condições de saúde específicas desse grupo étnico e a insuficiente familiaridade com políticas públicas, como a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). Além disso, observa-se uma resistência dos profissionais em abordar questões sociais e culturais no ambiente de saúde, resultando em uma lacuna no entendimento das necessidades e especificidades dessa população. Nesse sentido, a ausência de discussões sobre as temáticas raça, gênero e cultura, compromete a qualidade da assistência à saúde, tornando-a desigual e ineficiente, ao não proporcionar um cuidado integral à saúde da mulher negra. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do exposto, é evidente que a equipe de enfermagem necessita de um preparo profissional mais sólido para oferecer uma assistência integral à saúde da mulher negra. Nessa perspectiva, é essencial que as instituições de ensino em saúde implementem uma formação focada em competências culturais e sociais, além de abordar políticas públicas e as particularidades da saúde da mulher negra. Portanto, a integração de discussões sobre raça, gênero e cultura no ambiente de saúde é essencial para promover uma prática assistencial holística e equânime, fortalecendo assim, a qualidade da assistência oferecida ao público supracitado.