Introdução: A assistência de enfermagem no tratamento de feridas requer para além da realização do curativo, uma abordagem ampla a qual deve incorporar avaliação do estado geral do paciente, assim como a compreensão fisiológica da pele, da cicatrização e o conhecimento teórico acerca dos tipos de coberturas existentes e padronizadas pelos serviços de saúde, a fim de definir a melhor conduta para cada caso. No entanto, inúmeros são os desafios presentes na promoção do cuidado aos indivíduos com lesões cutâneas, seja por desconhecimento ou por indisponibilidade de insumos essenciais. Objetivo: Relatar vivências e o manejo dos desafios encontrados por estagiárias de Enfermagem na prática hospitalar quanto a escassez de insumos e coberturas adequadas para realização de curativos. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência descritivo, proveniente de aulas práticas hospitalares no âmbito da disciplina de Fundamentos Teóricos e Técnicos para o Cuidar em Enfermagem II, realizadas por discentes de Enfermagem da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, no mês de julho de 2024 em um hospital de um município do interior da Bahia, nos setores de clínica médica e cirúrgica, os quais possuem vasta demanda de curativos de média e alta complexidade. Resultados: Observa-se que a técnica de curativos, tanto de feridas cirúrgicas quanto de feridas abertas, utilizada no ambiente hospitalar não corresponde à técnica estéril, conforme preconizado pela literatura científica e pelos órgãos reguladores de controle de infecção. Dessa forma, utilizou-se a técnica limpa, recomendada para ambiente domiciliar, em virtude da indisponibilidade de insumos estéreis (kit de curativo estéril ou luva estéril) em quantidade suficiente. Ademais, percebe-se que a realização desses curativos por meio da técnica limpa é rotina padronizada pelos serviços. Outrossim, é notório o déficit na capacitação da equipe de enfermagem responsáveis pela realização dos curativos, no que se refere ao conhecimento e escolha das coberturas adequadas para atender as necessidades dos pacientes. Considerações finais: Perante as experiências adquiridas durante esse período, é perceptível a diferença entre o conhecimento teórico e prático, ressaltando a necessidade de adaptação às dificuldades apresentadas. Através do diálogo e discussão de casos com a equipe, realizou-se o compartilhamento de conhecimento e experiências, bem como a prescrição de coberturas mais adequadas e específicas para cada paciente.