Introdução: A construção do processo de inclusão e integração da Pessoa com Deficiência (PcD) na sociedade se deu de forma lenta e tardia. Com a instituição da Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, em 2002, o foco na promoção da qualidade de vida, assistência integral à saúde e prevenção de agravos da PcD ganhou visibilidade. Assim, é perceptível a necessidade de profissionais de saúde qualificados para atender às necessidades da população e que estejam em concordância com os princípios do SUS. Objetivos: Analisar a percepção dos estudantes de saúde de uma Instituições de Ensino Superior (IES) sobre o preparo técnico-profissional no atendimento integral a saúde das PcD durante a graduação. Método: Estudo qualitativo e transversal, através de entrevistas semiestruturadas, com os discentes dos cursos de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia e Psicologia da Faculdade Pernambucana de Saúde, o qual ocorreu no período de setembro de 2022 a setembro de 2023. Para análise dos dados, utilizou a técnica de Análise de Conteúdo Temática segundo Laurence Bardin. Resultados: Foram entrevistados 35 discentes distribuídos nos cursos selecionados. A maioria era sexo feminino (82,86%), entre 20 e 24 anos (74,29%), de cor branca (62,86%) e sem parentes com deficiência (62,86%). O conteúdo das entrevistas dos discentes foi organizado nas categorias temáticas: “Conhecimentos prévios e experiências dos discentes”, “Papel da graduação e dos profissionais de saúde no atendimento” e “SUS e suas políticas públicas”. Discussão: A análise dos resultados obtidos enfatiza um déficit na formação acadêmica, que pode gerar inconsistências no momento da atuação profissional por causar inseguranças e limitações. Logo, aprimoramento técnico-científico deve ocorrer ao longo da graduação e não apenas restringir-se a um caso ou módulo de estudo isolado. Portanto, as IES devem ter a responsabilidade social na formação desses futuros profissionais de saúde, incluindo a humanização na assistência, técnicas e habilidades adequadas e comunicação efetiva, garantindo assim a inclusão social e o acesso dessa população aos serviços de saúde. Conclusão: Com objetivo do atendimento integral às PcDs, é necessário o aprimoramento técnico-científico desde a graduação, sendo importante para a formação desses futuros profissionais com uma comunicação efetivas, técnicas de manejo apropriadas, além da responsabilidade social com essa população no SUS.