INTRODUÇÃO: Segundo o Ministério da Saúde, acidentes de trabalho são eventos súbitos e inesperados ocorridos no exercício da atividade laboral, independentemente da situação empregatícia e previdenciária do trabalhador acometido, e que acarretam danos à saúde. Nesse sentido, a Organização Internacional do Trabalho aponta que cerca de dois milhões de trabalhadores vão a óbito por causas relacionadas ao trabalho. Logo, é mister estudar o comportamento desse fenômeno. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico dos acidentes de trabalho no estado do Ceará. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico de cunho ecológico, no qual foram analisadas as notificações por acidentes de trabalho reportadas no estado do Ceará, de 2016 a 2021. Os dados foram obtidos por meio do sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, que é alimentado pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A análise descritiva integrou o cálculo das taxas de incidência e distribuição espaço-temporal, que foram efetuados por meio do programa Microsoft Excel e software TabWin 4.15. RESULTADOS: Foram notificados 22.955 casos de acidentes de trabalho. No tocante ao perfil sociodemográfico, predominaram indivíduos do sexo masculino (66%), autodeclarados pardos (79,52%), acima dos trinta anos (70,42%), com ensino médio completo (29,83%). A taxa média de incidência por acidente de trabalho no período foi de 41,85 casos notificados por 100.000 habitantes. Observou-se uma tendência linear crescente (R²=0,55) das taxas durante os anos analisados. Por fim, verificou-se que os municípios que compõem a Regional de Saúde do Litoral Leste/Jaguaribe (32%) e a Regional de Saúde de Sobral (12%) obtiveram os maiores números de notificações. CONCLUSÃO: A análise dos acidentes de trabalho no estado revela uma questão de saúde pública. Além disso, a identificação das regiões mais afetadas sublinha a necessidade de intervenções direcionadas e adaptadas às realidades locais, visando proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. E ainda a predominância de casos entre trabalhadores do sexo masculino, especialmente aqueles acima dos trinta anos e com ensino médio completo, destaca a importância de estratégias educativas e de conscientização no ambiente laboral. Sendo assim, surge a necessidade urgente de implementar políticas públicas e medidas preventivas eficazes para mitigar os riscos associados.