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Anais - 26º CBCENF

Resumo

Título:
PROTOCOLO DE CONTROLE DE HEMORRAGIA GRAVE DE UM HOSPITAL DE EMERGÊNCIA: ESTUDO DESCRITIVO
Relatoria:
Francisco Moises Ferreira de Sousa
Autores:
  • Artur Lira Souto
  • Elizete Rios de Vasconcelos
  • Karina Rocha Almeida
Modalidade:
Pôster
Área:
Eixo 1: Assistência, gestão, ensino e pesquisa em Enfermagem
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
INTRODUÇÃO: Lesões traumáticas são um desafio enorme para os sistemas de saúde do mundo, com a hemorragia pós-traumática sendo uma das principais causas de morte evitáveis entre pacientes graves. Protocolos institucionais para o tratamento de hemorragias graves são cruciais, principalmente em hospitais especializados em trauma. OBJETIVO: apresentar o protocolo de controle de hemorragia grave de um hospital referência em trauma. METODOLOGIA: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado no Instituto Dr. José Frota (IJF), da Prefeitura Municipal de Fortaleza, Ceará, no ano de 2024. RESULTADO: O protocolo é dividido em três fases: identificação e controle de coagulopatia, fase cega de hemotransfusão e fase guiada de hemotransfusão. Na primeira fase, deve-se considerar o uso de ácido tranexâmico se o trauma ocorreu há menos de 3 horas. Os critérios para iniciar o protocolo incluem frequência cardíaca acima de 120 bpm, pressão arterial sistólica abaixo de 90 mmHg, trauma penetrante e FAST positivo, ou índice de choque maior que 0,9. Se o paciente atender a dois desses critérios, o protocolo é ativado. Na fase cega, a equipe deve assegurar dois acessos calibrosos, iniciar reposição restritiva de líquidos, evitar soro ringer lactato em pacientes com trauma cranioencefálico, buscar pressão sistólica de 80-90 mmHg, aquecer o paciente e corrigir acidose e hipocalcemia. A coleta de sangue é feita para exames laboratoriais, com resultados disponíveis em até 45 minutos e exames repetidos a cada 30 minutos. Durante o processamento dos exames, transfunde-se 4 bolsas de concentrado de hemácias e 4 de plasma; se necessário, um segundo pacote é preparado com 3 pools de crioprecipitado, 4 bolsas de concentrado de hemácias, 4 de plasma e 1 concentrado de plaquetas. A fase guiada assegura transfusões seguras com hemocomponentes compatíveis com o tipo sanguíneo do paciente. Os exames são repetidos a cada 30 a 60 minutos para manter a hemoglobina entre 7 e 9, INR acima de 1,5, fibrinogênio acima de 150 e plaquetas acima de 50.000 ou 100.000 em pacientes com trauma cranioencefálico. O protocolo é encerrado quando o sangramento para, o paciente está clinicamente estável ou ocorre óbito. CONCLUSÃO: implementação deste protocolo de transfusão maciça melhorou a abordagem transfusional de emergência, reduzindo custos e evitando desperdícios de insumos, além de aumentar a sobrevida e diminuir a mortalidade associada ao choque hemorrágico em pacientes politraumatizados.