Introdução: A Comunicação Interprofissional (CIP) é uma das competências colaborativas cruciais na Atenção Primária à Saúde (APS), haja vista que propulsiona o diálogo, a tomada de decisão partilhada e o reconhecimento e valorização do papel de cada membro da equipe. Objetivo: Construir matriz de competências de comunicação interprofissionais na Atenção Primária à Saúde. Método: Trata-se de estudo metodológico, desenvolvido no período de junho a julho de 2024. A construção das competências comunicacionais foi fundamentada em revisão de escopo prévia sobre como ocorre a CIP na APS (https://osf.io/5vkwx/). Foram incluídos 58 artigos na amostra final, que foram analisados por meio da Avaliação Realista, em que foram extraídas os Contextos (C), Mecanismos (M) e Resultados (R) relacionados a CIP na APS. Ademais, foram elencadas as recomendações para aprimorar a CIP. Tais resultados embasaram a construção da matriz de competências de CIP. Resultados: Foram elencadas 32 competências, divididas em cinco eixos. O primeiro eixo “Promoção de espaços formais e informais de diálogo”, contou com três competências, que se referem a atuação profissional no favorecimento de espaços de diálogo e colaboração interprofissional, como as reuniões; o segundo eixo “Capacitações/treinamentos”, englobou três competências voltadas a promoção da momentos de educação permanente e outras estratégias de educação interprofissional; o terceiro eixo “Utilização de tecnologias da informação e comunicação” foi composto por três competências, que destacam o papel profissional na utilização racional das tecnologias comunicacionais como ferramenta de manutenção da CIP; o quarto eixo, com 14 competências, compreendeu as atitudes profissionais para desenvolver a CIP na APS, destacando aspectos como comunicar-se aberta e respeitosamente, escuta ativa, resolver/mediar conflitos, estabelecer relações de apoio, tomada de decisão partilhada; e ultimo eixo, com oito competências, trata do papel dos líderes como mediadores dos processos comunicacionais na APS, que envolve adotar modelos de gestão democrática; promover a liderança compartilhada e ser capaz de atuar na mediação do trabalho em equipe. Conclusão: As competências de comunicação interprofissional podem subsidiar os protocolos e diretrizes da APS, assim como as intervenções de educação permanente em saúde. Vale ressaltar a relevância de novos estudos que visem a validação destas competências por comitê de especialistas.