Em 2023, o Ministério da Saúde emitiu nota técnica que recomenda inserção de DIU por enfermeiros. A literatura demonstra qualificação técnica e segurança nos procedimentos executados por estes profissionais. Na atenção primária, a inserção do DIU pelo enfermeiro visa ampliar o acesso das mulheres a um método contraceptivo seguro e eficaz. Assim, a prefeitura de uma cidade do Nordeste tem se esforçado para qualificar suas enfermeiras, fortalecendo a política de planejamento familiar do SUS. Objetivo: descrever a experiência de qualificação das enfermeiras da atenção primária para inserção de DIU. Método: estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em maio de 2024. Resultados: A capacitação foi uma parceria entre COFEN, COREN–PE e Secretaria de Saúde da cidade. Foram selecionados 5 enfermeiros da atenção básica para capacitação, que requer inserção de 20 dispositivos por profissional. Um desafio foi assegurar instrumental necessário para o procedimento, o que foi garantido pela secretaria de saúde. Em seguida, 25 pacientes, por enfermeira, foram recrutadas a partir da busca ativa nos territórios destas profissionais, além da complementação do quantitativo pela lista de regulação de acordo com o distrito sanitário. As tutoras eram enfermeiras capacitadas, cada enfermeira dispunha de 1 tutora. As pacientes participavam de uma “sala de espera” para acolhimento e roda de conversa com temática referente aos métodos contraceptivos com ênfase no DIU, eram submetidas à realização dos testes rápidos de sorologia para sífilis, HIV e hepatite, em seguida tinham acesso à consulta de enfermagem. Nesta, a mulher com contraindicação para inserção do DIU recebia as orientações e encaminhamentos necessários. As mulheres aptas assinavam o termo de consentimento livre e esclarecido e era realizada a inserção do DIU. As mulheres eram orientadas a retornar com 30, 90 e 180 dias para avaliação e monitoramento. Dado que a capacitação ocorreu em maio/24, elas retornaram somente para a consulta de 30 dias. 110 mulheres receberam a inserção do DIU. Até a primeira revisão, 12 delas tiveram o fio aumentado em relação à recomendação de tamanho, 01 com fio ausente, 02 com sangramento e dor anormal, nenhuma infecção detectada, 13 retiradas por expulsão, 58 referiram melhora da libido e 64 apresentaram dupla proteção adequada. Conclusão: as enfermeiras foram consideradas aptas para inserção do DIU com perspectiva de se tornarem tutoras de outras profissionais.