após investimentos nos serviços de transplante de órgãos, o Brasil se tornou o quarto país do mundo que mais se realiza esse procedimento. Apesar disso, a fila de espera ainda é um desafio a ser vencido, visto que a quantidade atual de transplantes representa pouco mais de 10% dos pacientes que aguardam por uma doação. O cenário tende a ser mais crítico na região Nordeste, onde a escassez de recursos e a insuficiência de investimentos públicos limitam o acesso e aumentam a disparidade regional. O objetivo da pesquisa foi avaliar indicadores de procedimentos hospitalares relacionados a transplantes de órgãos e tecidos na região Nordeste do Brasil. O metodo utilizado foi um estudo epidemiológico, descritivo, com uso de dados secundários. As informações foram extraídas do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) ao consultar o Sistema de Informações Hospitalares. Avaliaram-se cinco indicadores do grupo de procedimentos pertencentes aos transplantes de órgãos, tecidos e células no período de maio de 2023 a abril de 2024. Os dados foram exportados para planilha eletrônica de Excel e submetidas à análise comparativa entre os estados. Como resultado verificou-se que o total de doações foi de 5.644, com destaque para o estado de Pernambuco, com o maior número de doações (29,3%), seguido por Ceará (25,6%) e Bahia (14,4%). Alagoas apresentou o menor número de doações (1,5%). Sobre a quantidade de tecidos processados, Pernambuco liderou novamente (67,3%), mas os estados do Piauí (17,6%) e Paraíba (15,0%) também mostraram números relevantes. Foram realizados 2.667 transplantes no Nordeste e Pernambuco novamente se destacou (35,6%). Alagoas e Sergipe apresentaram números relativamente baixos. No que diz respeito ao acompanhamento e intercorrências no pré e pós-transplante, encontraram-se 6.455 registros, sendo a maioria em Pernambuco (55,0%). Apesar da importância, não houve registro do número de avaliação de morte encefálica em nenhum dos estados, Ademais, os indicadores revelam diferenças significativas entre os estados em todas as variáveis estudadas. Pernambuco recebe destaque em várias áreas, o que pode refletir sistema estruturado e eficiente. Em contrapartida, estados com números mais baixos, como Alagoas e Sergipe, possivelmente precisam de mais investimentos em infraestrutura e programas de conscientização para melhorar seus desempenhos.