Introdução: A violência psicológica está presente em comportamentos cotidianos aparentemente não violentos e amplamente normalizados, e, por se tratar de uma agressão silenciosa, pode perdurar até culminar em outras formas de violência, como a física. Nesse sentido, infere-se a importância da educação em saúde como uma ferramenta facilitadora do compartilhamento de informações e vivências sobre a violência psicológica. Objetivo: Relatar a experiência de extensionistas sobre uma ação de educação em saúde acerca da violência psicológica entre mulheres ribeirinhas baianas. Metodologia: Este é um estudo qualitativo, do tipo relato de experiência, que retrata uma ação de educação em saúde realizada em uma comunidade ribeirinha no submédio do Vale do São Francisco. A população da pesquisa foi composta por 6 mulheres residentes do local. A atividade ocorreu em novembro de 2023. Resultados e discussão: Iniciou-se com uma roda de conversa, cujo intuito foi avaliar o conhecimento das mulheres acerca da violência psicológica, sendo observado que as mulheres possuíam conhecimento prévio sobre a temática. Logo após, elas foram orientadas a formar um círculo, passar um balão enquanto uma música tocava e, quando ela parava, quem estivesse com o balão deveria estourá-lo e identificar se o papel que estava dentro dele exemplificava uma situação de violência psicológica ou não. Nessa dinâmica, os discursos e vivências relatados evidenciaram a dificuldade que muitas mulheres têm de quebrar o ciclo e a normalização da violência psicológica, seja devido à dependência emocional do parceiro ou ao fato de terem crescido em um ambiente normatizante. Todas as mulheres participantes, diante do seu contexto biopsicossocial, vivenciaram ou conheciam pessoas que viveram/vivem situações de violência psicológica e suas consequências. Além disso, também citaram alguns dos impactos da violência psicológica, como a ansiedade e depressão. Considerações finais: As atividades propostas têm grande impacto e relevância para a população local, posto que foi possível conscientizar as participantes sobre os diferentes aspectos da violência psicológica, suas consequências e formas de prevenção, assim como promover um espaço seguro para o diálogo e troca de experiências. Adaptando-se às necessidades e contextos específicos das comunidades ribeirinhas, a educação em saúde nesse contexto contribui significativamente para uma realidade de maior segurança e igualdade de gênero.