Introdução: A gestação é um momento na vida dos pais de euforia, ansiedade e expectativas, nesse contexto nunca se espera o diagnóstico de óbito fetal intrauterino (OFIU). O óbito fetal é um diagnóstico dado a gestante a partir de 22 semanas de gestação, ou de fetos com peso igual ou superior a 500g ou estatura a partir de 25 cm. Esse diagnóstico pode ser traumático para os pais que vivenciam este luto. Objetivo: Apresentar a assistência da enfermagem à gestante e família com diagnóstico de OFIU. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por residentes do Programa de Enfermagem Obstétrica da Escola de Saúde da Paraíba em uma maternidade referência de alto risco no estado da Paraíba no período de abril de 2024. Resultados e Discussão: os casos de aborto e OFIU que chegam à maternidade são direcionados ao centro obstétrico para o processo de indução do parto. Nessas situações, optam por deixar a mulher em uma enfermaria sozinha com o seu acompanhante para evitar o contato com outras parturientes, e assim tornar esse momento de luto menos doloroso. Apesar disso, ainda são encontradas algumas falhas, como a presença do berço no quarto que pode gerar maior tristeza, enfermarias uma ao lado da outra, o que torna inevitável ouvir o nascimento de outras crianças contribuindo então, para a dificuldade de enfrentamento da perda gestacional desta família, e trazendo uma experiência negativa para este processo que por si só já é doloroso. Em contrapartida outras abordagens empáticas foram utilizadas pela equipe de enfermagem, como o silencio durante o trabalho de parto, respeito à despedida da família após a expulsão fetal, e confecção do carimbo afetivo dos pés do feto com uma mensagem afável como forma de eternizar a vida dessa criança enquanto ela existiu dentro do útero. Considerações finais: Quando se fala em OFIU, poucas são as políticas públicas relacionadas a este desfecho, trazendo um desafio para a assistência humanizada e holística da equipe de enfermagem, sendo necessário um preparo destes profissionais para atuarem nesse momento de luto da família para além das técnicas. O cuidado deve ser integral e holístico abrangendo a perspectiva biopsicossocial dos pais nesse momento que necessita de adaptação a perda e ao luto diminuindo assim o sofrimento.