Introdução: As drogas fazem parte do cotidiano, entretanto é uma temática atravessada por estigmas, complexa e podendo gerar repercussões individuais e coletivas na vida e saúde das pessoas. Logo, torna-se urgente que a temática seja amplamente discutida na formação em saúde, sobretudo na Enfermagem, que é maioria nos espaços de cuidado e assistência. Objetivos: identificar se a temática das drogas é abordada em um curso de graduação em Enfermagem e identificar como a temática da droga é abordada nas produções científicas da graduação e pós graduação de uma Instituição de Ensino Superior em Enfermagem. Metodologia: Pesquisa qualitativa, descritiva, exploratória, documental, do tipo estudo de caso. A pesquisa foi realizada em uma Instituição de Ensino Superior da região nordeste. A produção de dados para o alcance dos objetivos, foi mediante documentos institucionais como o Projeto Político Pedagógico, ementas dos componentes curriculares e planos de ensino aprendizagem, além das produções científicas como trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses acerca da temática das drogas produzidas no período de 2010 a 2020, na instituição investigada. A coleta de dados ocorreu no período de julho/2019 a março/2020. Foi realizada análise documental dos documentos institucionais e análise de conteúdo lexical dos resumos das produções científicas, com processamento no software IRAMUTEQ. Resultados: Os documentos oficiais revelaram uma inserção tímida da temática no componente curricular enfermagem em saúde mental, o qual o plano de ensino contemplava em seu conteúdo programático o uso de substâncias psicoativas e redução de danos. Os demais documentos não apresentavam de forma explícita evidências da abordagem. Quanto as produções científicas, foram analisadas 27 produções, das quais 15 eram trabalhos de conclusão de curso, 9 dissertações e 3 teses. As produções versaram sobre o despreparo profissional para o cuidado à pessoa que usa droga, considerando suas especificidades e privilegiaram as substâncias e as consequências decorrentes do consumo, sobretudo para as mulheres e adolescentes. Conclusão: revela-se como uma demanda urgente a inserção da temática das drogas nos currículos formativos em saúde, par além da saúde mental, tendo em vista que a temática transversaliza todos os grupos sociais. É necessário tirar o foco das substâncias e priorizar a pessoa usuária de drogas, a inserindo como protagonista no seu processo de cuidado, isento de julgamentos.