Introdução: A Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é uma doença isquêmica grave caracterizada pelo desequilíbrio entre a oferta e demanda de oxigênio devido a obstrução arterial. Possui alta taxa de mortalidade e requer diagnóstico e tratamento rápidos, seguindo Diretrizes e Protocolos de cuidado estabelecidos. Objetivo: analisar os fatores intervenientes nos tempos resposta de atendimento à pessoa com SCA no contexto hospitalar. Metodologia: O estudo qualitativo utilizou entrevistas semiestruturadas seguindo o Protocolo COREQ, realizadas entre maio e junho de 2023 em um hospital de alta complexidade no interior da Bahia. Participaram doze enfermeiras da emergência. Os dados foram sistematizados com o Software N-Vivo 14 e organizados em categorias conforme o Diagrama de Ishikawa, sendo analisados por meio da Análise de Conteúdo Temático de Minayo. Resultados e discussão: O estudo identificou cinco categorias de análise: 1) Avaliação da metodologia de trabalho das enfermeiras no cuidado ao infarto agudo do miocárdio (IAM), abordando protocolos e algoritmos; 2) Recursos tecnológicos no atendimento ao IAM, incluindo uma subcategoria sobre materiais utilizados; 3) Dimensionamento de pessoal no cuidado ao IAM, discutindo a alocação de profissionais; 4) Avaliação da qualidade do cuidado ao IAM, destacando a falta de supervisão e monitoramento; 5) Condições do serviço, profissionais e rede, referindo-se a recursos humanos e estrutura física da instituição. Considerações finais: A pesquisa verificou que o hospital possui um Protocolo de IAM e os equipamentos e serviços recomendados, exceto a ICP, usando a trombólise como tratamento alternativo. Entretanto, foi identificado fragilidades no cuidado às vítimas de SCA, destacando um atendimento baseado no modelo biomédico, falta de compreensão da identidade profissional das enfermeiras e desconsideração das políticas de saúde. Também apontou problemas no dimensionamento de pessoal e na ausência de gestão compartilhada. Por fim, constatou a não utilização do processo de enfermagem fundamentado em alguma teoria, com as enfermeiras agindo conforme ordens e rotinas, sem uma postura crítica e reflexiva.