Introdução: A papaína é um desbridante natural, produzido através do látex do fruto verde do mamoeiro, sendo uma mistura complexa de enzimas que provocam a proteólise do tecido necrótico e desvitalizado, atuando em todas as fases do processo de cicatrização, favorecendo essa reconstrução tecidual. Objetivo: Analisar na literatura os efeitos benéficos da aplicação da papaína em lesões de difícil cicatrização. Metodologia: O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura com artigos publicados nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Scholar e Science Electronic Library Online (SciELO), durante os meses de junho e julho de 2024. Para tanto, foram utilizados os descritores: Papaína, Feridas e Cicatrização. Como critérios de inclusão: artigos que retratam os benefícios do uso da papaína em lesões de difícil cicatrização publicados nos últimos oito anos, e de exclusão: artigos publicados, com textos incompletos e repetidos nas bases de dados. Resultados/Discussão: Devido a papaína possuir ação desbridante, estudos evidenciam a utilização na perspectiva de redução do tecido necrótico, bem como em feridas contaminadas, estimulando a formação do tecido de granulação, através da organização das fibras de colágeno. Não existe unanimidade quanto sua concentração ideal, porém estudos apontam que géis de papaína a 2% e 4%, geram benefícios em lesões de difícil cicatrização, como por exemplo, úlceras venosas. Pesquisas preconizam que a concentração da papaína a ser usada em úlceras necróticas deve ser a 10%; em casos com exsudato purulento, de 4 a 6% e com tecido de granulação, a 2%. Ressalta-se boa aceitação da papaína principalmente entre profissionais da Atenção Primária à Saúde, por apresentar baixo custo e facilidade no uso. Informações sobre a sua utilização, seletividade e efeito degradante, tornam-se um aspecto relevante a serem pesquisados. Considerações finais: A papaína configura-se como aliada na terapêutica das lesões de difícil cicatrização, entretanto existem oposições de ideias quanto às indicações adequadas, eficácia e a segurança dessa enzima, nas diferentes concentrações, além da padronização de sua utilização nas dessemelhantes fases de cicatrização, e ao uso de fitoterápicos em geral, no que se refere ao tratamento de feridas, o que favorece uma lacuna no conhecimento e a escassez de estudos sobre o tema.