INTRODUÇÃO: o Brasil é um país marcado pela diversidade de cor, e com isso carrega muitas desigualdades sociais. No público materno, os preconceitos são vivenciados na assistência à saúde. É necessário avaliar o perfil da população materna e identificar suas principais necessidades. OBJETIVO: avaliar o perfil de puérperas de pós-parto vaginal da rede pública em um município no interior de Pernambuco. MÉTODOS: estudo transversal descritivo, de abordagem quantitativa realizado em Vitória de Santo Antão - Pernambuco, entre outubro de 2023 a abril de 2024. Foi realizado o cálculo amostral que resultou em 217 mulheres, entretanto, devido ao público alvo escasso, foram entrevistadas 70 mulheres. Foram incluídas mulheres entre 7 dias e 12 meses pós-parto, que realizaram parto vaginal, e excluídas menores de 18 anos ou com déficit cognitivo. A coleta foi realizada em Estratégias de Saúde da Família do município, através da aplicação de um formulário de entrevista sobre o contexto sociodemográfico da mulher, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e analisados pelo software IMB SPSS. A pesquisa tem como CAAE 70139423.4.0000.9430. RESULTADOS: os resultados apontam que 68,6% das mulheres entrevistadas se autodeclaram pardas, seguido por 14,3% brancas, 10% pretas e 7,1% amarelas. A população brasileira possui característica miscigenada, com variação de raça e cor no país. Entretanto, há uma predominância de pessoas negras (incluídas as pardas), especialmente no Nordeste. Essa população sofre por desigualdades raciais e existência de privilégios para outros grupos étnicos, com maior dificuldade de acesso a serviços necessários para garantir a qualidade de vida, como educação e saúde. Quando fala-se da população materna, podem ser citados maiores índices de mortalidade em negras, maior prevalência de depressão pós-parto, estudos também comprovam que mulheres pretas e pardas têm menos acesso a um pré-natal e assistência ao parto adequados. Essas discrepâncias salientam a necessidade de estudos epidemiológicos que avaliem o perfil materno no país e a garantia da execução de políticas públicas voltadas para o cuidado materno, e a universalidade da assistência à saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: os resultados apontam que o perfil de raça/cor predominante na localidade estudada é de mulheres pretas e pardas, seguindo o que é observado em demais regiões do país, mas de forma mais específica na região Nordeste.