Introdução: A enfermagem enfrenta desafios nas políticas públicas de atenção a álcool e outras drogas, afetando a prática profissional e a qualidade dos cuidados às pessoas que utilizam substâncias psicoativas (SPA). A fragmentação das políticas comprometem a integração e eficácia das ações de prevenção e tratamento, resultando em lacunas na cobertura e na qualidade dos serviços. Objetivo: Este estudo visa abordar as condições de políticas que impactam negativamente o desenvolvimento da assistência em enfermagem a usuários de SPA, focando nos critérios de qualidade, segurança, respeito à dignidade humana e cuidado em liberdade. Método: Utilizando o relato de experiência para descrever vivências pessoais e coletivas no contexto dos territórios e seus desafios. A análise se baseia em uma abordagem detalhada dos eventos, interações e reflexões. Discussão: A fragmentação das políticas públicas se traduz em abordagens indeterminadas e não integradas, prejudicando a eficácia das intervenções e a continuidade do cuidado. A falta de investimentos em recursos humanos e infraestrutura compromete a capacidade dos serviços de saúde em atender à demanda crescente e diversificada. A escassez de enfermeiros especializados em saúde mental, aliada à falta de capacitação específica e contínua, impacta negativamente na qualidade do cuidado oferecido, dificultando a resposta efetiva às necessidades complexas dos sujeitos. Além disso, a falta de integração entre os diferentes níveis de atenção e serviços de saúde mental, atenção primária e assistência social contribui para um atendimento fragmentado e incompleto, prejudicando a trajetória de tratamento e reabilitação dos indivíduos. A ausência de uma rede de apoio coordenada agrava a vulnerabilidade dos usuários de SPA, perpetuando o ciclo de problemas de saúde mental e reincidência no uso de substâncias. Considerações Finais: Este estudo destaca a urgência de políticas públicas mais integradas e coordenadas para enfrentar os desafios complexos da atenção psicossocial a álcool e outras drogas. É crucial investir na formação contínua e especializada dos enfermeiros, promover maior articulação entre serviços de saúde e instituições sociais, sensibilizar para questões culturais e reduzir o estigma social. Implementar estratégias que favoreçam a colaboração interdisciplinar e a continuidade do cuidado pode significativamente melhorar a qualidade de vida e a condição das pessoas afetadas pelo uso de SPA, fortalecendo o SUS.