INTRODUÇÃO: Historicamente, as vidas das mulheres, incluindo sua sexualidade, foram determinadas pela sociedade, focando na reprodução. Com o tempo, a sexualidade feminina foi estudada pelas ciências e reconhecida como parte essencial da existência humana, envolvendo prazer, saúde reprodutiva e dor, que pode ser física ou emocional. Conceitos como direitos sexuais e igualdade foram incorporados à discussão sobre a sexualidade feminina. OBJETIVO: Avaliar a existência da dor, a partir da aplicação do instrumento Female Sexual Function Index FSFI, no contexto da função sexual de universitárias, como indicativo de disfunção sexual. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa descritiva e explicativa de abordagem quantitativa, realizada com 176 mulheres matriculadas no curso de Enfermagem de um campus universitário localizado no centro-sul do estado do Piauí. Os dados foram coletados entre agosto e outubro de 2022, por meio da aplicação do instrumento de caracterização do participante do estudo e do FSFI. Os dados foram digitados e analisados utilizando a planilha eletrônica Excel. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, com parecer 5.366.161. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A maioria das participantes do estudo eram universitárias entre 18 e 22 anos 41 (60,30%); solteiras 53 (77,94%); adeptas a alguma religião 50 (73,53%); morando com amigos 32 (47,07%); e sem filhos 10 (85,30%). Do total, 50 (73,53%) apresentaram alteração no domínio da dor. Pelo FSFI, foi possível observar que 14 (27,94%) mulheres relataram sempre ou quase sempre sentir dor durante a penetração vaginal; 10 (20,59%) relataram sempre ou quase sempre sentir dor após a penetração vaginal; e 9 (17,65%) referiram sentir um nível de dor muito alto durante ou após a penetração vaginal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O teste T de Student revelou que a maioria das universitárias relatam dor durante as relações sexuais, indicando disfunção sexual. Isso destaca a importância dos enfermeiros compreenderem a sexualidade e a dor na função sexual feminina. Os enfermeiros devem intervir eficazmente, oferecendo escuta ativa, acolhimento e informações precisas para promover a educação em saúde. A intervenção deve ser personalizada para diminuir danos e melhorar a qualidade de vida das mulheres.