Introdução: A institucionalização do modelo Nightingaleano de formação profissional instituído na metade do século XIX, estabeleceu padrões para os cuidados de enfermagem. No processo de ensino formal para enfermeiras da época, nenhum homem foi autorizado a ingressar nos cursos, visto que eram considerados inaptos para a execução de cuidados. Ao longo do tempo, foi popularmente difundida a ideia de que a enfermagem, não era para homens, o que limitou a sua inserção na profissão de enfermagem, resultando na criação de estigmas, estereótipos e preconceitos, ainda vivenciados na atualidade, embora tenha havido um aumento expressivo de enfermeiros do sexo masculino na rede de serviços de saúde. Objetivo: Relatar uma prática vivencial dos estudantes, com profissionais de enfermagem, acerca da problemática do ser homem no cotidiano do exercício da profissão. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência de acadêmicos do Curso de Bacharelado em Enfermagem da UERN – Campus Caicó. A atividade foi fomentada pelo componente curricular saúde e gênero, do referido curso. Participaram cinco estudantes. Após o aprofundamento teórico da temática, realizou-se um diálogo informal com dois enfermeiros do sexo masculino dos serviços locais, acerca dos desafios enfrentados pelos mesmos no dia a dia do seu trabalho, resultando em uma reflexão crítica realizada pelos estudantes do curso sobre a problemática. Resultados: Verificou-se que são muitos os desafios existentes, que se iniciam na vida acadêmica; com destaque para as dúvidas frequentes sobre sua competência profissional, questionamentos invasivos sobre a vida pessoal e orientação sexual, resistência por parte de usuárias, que recusam a realização de determinados procedimentos, pelo fato desses profissionais serem homens. Conclusão: A atividade realizada possibilitou uma aproximação, com melhor compreensão da problemática de gênero enfrentada por enfermeiros, quando da execução do seu trabalho. Despertou nos estudantes a necessidade de construção de uma consciência de gênero, como fator determinante para ampliar os espaços profissionais. Destaca-se a relevância desse tipo de atividade acadêmica para os discentes, a fim de que futuramente tais desafios sejam superados e não impeçam que esses profissionais exerçam suas funções de forma digna. Logo os estudantes necessitam lutar e envolver-se nesta pauta a fim de romper os estigmas e mudar o cenário atual da participação do homem na enfermagem.